Gentileza do Dr. Guillermo Migliaro.
Os stents eluidores de droga (DES) representam o maior avanço tecnológico para o tratamento da reestenose intrastent dos stents metálicos convencionais (BMS). Especialmente os stents de cromo-cobalto (CC) e eluidores de everolimus (EES) mostraram um excelente perfil, sobretudo de segurança, quando comparados com os DES de primeira geração.
Com efeito, vários estudos randomizados e metanálises demonstraram que os DES de CCEES reduziram a trombose do stent (ST), a necessidade de novas revascularizações na lesão tratada (TVR), o infarto agudo do miocárdio (IAM) e a mortalidade cardiovascular, quando comparados com os BMS.
No entanto, a relação de custo-efetividade mostrou resultados contraditórios.
O objetivo deste estudo foi analisar a relação custo-efetividade dos DES de CCEES em comparação com os BMS na angioplastia coronariana.
Foram incluídos os dados de cinco estudos randomizados (n = 4.896) e analisadas as características basais da população, os resultados da intervenção (mortalidade, ST, IAM e TVR) e os custos associados (fornecidos pelo programa Medicare), expressos em dólares americanos. Dito valor correspondeu aos custos do procedimento (incluindo os stents), do tratamento das reintervenções (cirurgia de revascularização miocárdica ou nova angioplastia com ou sem stent e/ou tratamento do infarto agudo) e dos gastos relacionados à dupla antiagregação plaquetária, durante um período de seguimento de dois anos.
A idade média dos pacientes foi de 67 anos (com 76% de homens) e 19% eram diabéticos. 44% dos stents foram colocados durante angioplastias primárias e 87% dos mesmos foram utilizados em síndromes coronarianas agudas.
O resultado do estudo mostrou que os DES de CCEES foram mais eficazes que os BMS, fato que se evidenciou em uma redução da mortalidade (2,7% vs. 4,1%), da ST (0,6% vs. 1,4%), do IAM e da TVR (4,3% vs. 10,2%). Quanto aos custos, observou-se uma economia de US$ 236 por paciente naqueles que foram tratados com DES de CCEES, especialmente pela redução na TVR e no IAM (que ultrapassou os maiores gastos iniciais no procedimento índice) e os derivados de uma dupla antiagregação mais prolongada.
O estudo concluiu que na prática diária contemporânea de angioplastia coronariana nos Estados Unidos a utilização de DES de CCEES foi mais efetiva e menos dispendiosa que a utilização de BMS.
Comentário editorial
Este trabalho foi o primeiro a documentar uma vantagem econômica na utilização dos DES de CCEES comparados com os BMS.
É importante que estes dados sejam conhecidos pelos financiadores e prestadores de serviço de saúde, que no momento de definir a cobertura médica só levam em consideração os gastos iniciais do procedimento (que obviamente são maiores nos pacientes que recebem DES), sem estarem atentos para o fato de, a longo prazo, os custos que ocasionam os BMS durante o seguimento serem maiores. E isso sem considerar a menor eficácia destes últimos em comparação com os CCEES.
Gentileza do Dr. Guillermo Migliaro.
Título Original: Cost effectiveness of percutaneous coronary intervention with cobalt chromiun everolimus eluting stents versus bare metal stents: results from a patient based metanalysis of randomized trials.
Referência: Ferco N et al. Cather Cardiovasc Interv 2017;89:994-1002.
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