As angioplastias bem-sucedidas em pacientes idosos com oclusões crônicas totais diminuem a mortalidade

Gentileza do Dr. Carlos Fava.

As angioplastias bem-sucedidas em pacientes idosos com oclusões crônicas totais diminuem a mortalidadeNa atualidade, a realização de angioplastia transluminal coronariana (ATC) em pacientes com oclusões crônicas totais (CTO) está em crescimento, já que inúmeros estudos têm demonstrado que dito procedimento melhora a função ventricular, diminui os sintomas e proporciona maior sobrevida. Contudo, a maioria desses trabalhos não incluem pacientes com mais de 75 anos, devido a sua fragilidade e à presença de comorbidades. Assim, os dados disponíveis sobre essa população são muito limitados.

 

Neste estudo foram analisados 2.002 pacientes que foram submetidos a ACT em CTO entre 2005 e 2013. Dentre eles, 409 (20,4%) tinham mais de 75 anos.  

 

No grupo dos ≥ 75 anos a maioria eram homens. Estes apresentavam maior hipertensão, deterioro da função ventricular esquerda, CRM e insuficiência renal. A presença de lesões de múltiplos vasos foi maior nos idosos, que também apresentaram maiores índices de calcificação. O comprimento da oclusão foi similar em ambos os grupos.

 

O sucesso da recanalização foi maior no grupo dos < 75 anos (85,1% vs. 75,1%; p < 0,001), assim como a recanalização retrógrada. O tempo de fluoroscopia e a duração do procedimento foi menor neste grupo.

 

O MACE hospitalar foi similar em ambos os grupos, a mortalidade foi de 9 pacientes (8 cardíacas e uma por choque séptico) e a necessidade de transfusões foi maior nos idosos (2,2% vs. 0,2%; p < 0,001).

 

O seguimento foi de 2,6 anos. Em total, faleceram 238 pacientes. A mortalidade por qualquer causa foi maior nos idosos (26,7% vs. 8,3%; p < 0,001). O MACE foi maior nos < 75 anos (39,6% vs. 28,6%; p < 0,001), assim como a combinação de morte por qualquer causa e IAM e TLR.

 

 

A incidência de MACE ajustado foi similar em ambos os grupos (HR ajustado: 1,15; 95%; CI: 0,93-1,41; p = 0,19).

 

A redução absoluta de mortalidade por qualquer causa após a recanalização bem-sucedida foi numericamente menor nos idosos. Quando foram ajustadas as variáveis houve uma melhora na sobrevida em ambos os grupos (≥ 75 anos HR 0,58; 95% CI: 0,39 a 0,87; p = 0,009 e < 75 anos 0,59; 95%; CI: 0,40 a 0,86 p = 0,006).

 

Conclusão

Na era dos DES, a ATC bem-sucedida de uma CTO em pacientes ≥ 75 anos tem um benefício comparável aos mais jovens no que se refere a sobrevida. Estes achados sugerem que a ATC de uma CTO quando está indicada não deve ser evitada nos idosos.

 

Comentário

Esta análise demonstra que devemos tratar uma CTO em pacientes idosos, já que isso diminui um evento duro como é a morte. No entanto, trata-se de um grande desafio pois esta população costuma apresentar mais comorbidades que outros pacientes. Nesse sentido, é importante ter um alto grau de experiência para poder reduzir as complicações relacionadas ao procedimento.

 

É bem provável que a utilização do acesso radial diminua a necessidade de transfusões no grupo dos idosos.

 

É importante ressaltar que o sucesso do procedimento nesta série foi melhorando com o tempo, o que demonstra a importância da curva de aprendizagem para alcançar tais resultados.

 

Gentileza do Dr. Carlos Fava.

 

Título Original: Survival after percutaneous coronary intervention for chronic total occlusion in elderly patients.

Referência: Aurel Toma, et al. EuroIntervention 2017;13:e28-e235.


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