COMPASS: um novo lugar para o rivaroxaban na cardiopatia isquêmica crônica

A combinação de doses baixas de rivaroxaban e aspirina parece ser a melhor estratégia em pacientes com cardiopatia isquêmica crônica e estável segundo este novo estudo apresentado no ESC 2017 e publicado simultaneamente no New England Journal of Medicine.

COMPASS: un nuevo lugar para el rivaroxaban en cardiopatía isquémica crónica

Comparado com doses baixas de aspirina somente, a combinação de aspirina e rivaroxaban reduziu o desfecho combinado de morte cardiovascular, infarto agudo do miocárdio ou AVC em um seguimento de 2 anos (4,1% vs. 5,4%; HR 0,76; IC 95% 0,66-0,86).

 

O preço a pagar foi o sangramento maior, que aumentou significativamente (3,1% vs. 1,9%; HR 1,70; IC 95% 1,40-2,05). No entanto, o benefício clínico puro ainda beneficia a combinação de aspirina e rivaroxaban.


Leia também: CANTOS: a droga anti-inflamatória Canakinumab parece reduzir eventos cardiovasculares”.


O estudo COMPASS foi realizado em 602 centros de 33 países e incluiu 27.395 pacientes com doença coronariana, doença vascular periférica ou ambas. A randomização foi feita a rivaroxaban 2,5 mg duas vezes por dia mais 100 mg de aspirina/dia, somente rivaroxaban 5 mg duas vezes por dia ou somente aspirina 100 mg/dia. Os pacientes que não estavam no tratamento com inibidores da bomba de prótons foram randomizados, ademais, a pantoprazol ou placebo.

 

Além do benefício observado no desfecho primário para a combinação de rivaroxaban e aspirina, constatou-se a diminuição de outros desfechos do estudo, como a taxa de AVC isquêmico, infarto agudo do miocárdio, isquemia aguda de membro inferior ou morte por causa coronariana.


Leia também: Suspender a dupla antiagregação gera mais eventos trombóticos em 12 meses”.


O rivaroxaban como monoterapia não apresentou vantagens sobre somente aspirina.

 

Título original: Rivaroxaban with or without aspirin in stable cardiovascular disease.

Apresentador: Eikelboom JW.


Subscreva-se a nossa newsletter semanal

Receba resumos com os últimos artigos científicos

Sua opinião nos interessa. Pode deixar abaixo seu comentário, reflexão, pergunta ou o que desejar. Será mais que bem-vindo.

Mais artigos deste autor

AHA 2025 | DAPT-MVD: DAPT estendido vs. aspirina em monoterapia após PCI em doença multivaso

Em pacientes com doença coronariana multivaso que se mantêm estáveis 12 meses depois de uma intervenção coronariana percutânea (PCI) com stent eluidor de fármacos...

AHA 2025 | TUXEDO-2: manejo antiagregante pós-PCI em pacientes diabéticos multivaso — ticagrelor ou prasugrel?

A escolha do inibidor P2Y12 ótimo em pacientes diabéticos com doença multivaso submetidos a intervenção coronariana percutânea (PCI) se impõe como um desafio clínico...

AHA 2025 | OPTIMA-AF: 1 mês vs. 12 meses de terapia dual (DOAC + P2Y12) após PCI em fibrilação atrial

A coexistência de fibrilação atrial (FA) e doença coronariana é frequente na prática clínica. Os guias atuais recomendam, para ditos casos, 1 mês de...

AHA 2025 | Estudo OCEAN: anticoagulação vs. antiagregação após ablação bem-sucedida de fibrilação atrial

Após uma ablação bem-sucedida de fibrilação atrial (FA), a necessidade de manter a anticoagulação (ACO) a longo prazo continua sendo incerta, especialmente considerando que...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

COILSEAL: Utilização de coils na angioplastia coronariana: uma ferramenta de valor nas complicações?

A utilização de coils como ferramenta de oclusão vascular tem experimentado uma expansão progressiva, partindo de seu uso tradicional em neurorradiologia até incorporar-se ao...

Tratamento da reestenose intrastent em vasos pequenos com balões recobertos de paclitaxel

A doença arterial coronariana (DAC) em vasos epicárdicos de menor calibre se apresenta em 30% a 67% dos pacientes submetidos a intervenção coronariana percutânea...

Desafios contemporâneos na oclusão do apêndice atrial esquerdo: enfoque atualizado sobre a embolização do dispositivo

Embora a oclusão percutânea do apêndice atrial esquerdo seja, em geral, um procedimento seguro, a embolização do dispositivo – com uma incidência global de...