A prevalência da doença arterial periférica é de entre 15 e 20% dos pacientes idosos a partir de 65 anos e sua gravidade está muito subestimada. De fato, a mortalidade anual é maior nos pacientes com doença arterial periférica (8,2%) do que a observada naqueles pós-infarto agudo do miocárdio (6,3%). Apesar disso, o conselho médico e os esforços para modificar fatores de risco estão muito abaixo do que é observado naqueles pacientes com doença coronariana ou AVC.
Definitivamente algo estamos fazendo mal…
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Os guias para a indicação de estatinas na doença vascular periférica estão extremamente “contaminados” pelos dados da doença coronariana ou do AVC. Por isso, o objetivo deste trabalho foi determinar o efeito da intensidade do tratamento com estatinas nesta população específica sobre desfechos duros como amputação e mortalidade.
Um tratamento intensivo com estatinas foi comparado com um moderado/leve e com o tratamento antiagregante plaquetário sem estatinas.
Foi incluída uma coorte de 155.647 pacientes com doença vascular periférica, dentre os quais mais de um quarto (28%) não estavam recebendo estatinas.
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O uso de tratamento intensivo foi de somente 6,4% em comparação com 18,4% daqueles com diagnóstico de doença coronariana ou carotídea.
A incidência de amputação e morte diminuiu significativamente com qualquer dose de estatinas vs. somente o tratamento antiagregante plaquetário. Além disso, dita redução foi crescendo à medida que foi aumentando a intensidade do tratamento (tratamento intensivo amputação: HR 0,67; IC 95% 0,61 a 0,74 vs. tratamento leve/moderado amputação: HR 0,81 (falta el porcentaje de IC) 0,75 a 0,86 e tratamento intensivo mortalidade: HR 0,74; IC 95% 0,70 a 0,77 vs. tratamento leve/moderado mortalidade: HR 0,83 (falta el porcentaje de IC) 0,81 a 0,86 com p < 0,001 para todas as comparações).
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A associação entre a intensidade do tratamento com estatinas e a redução das amputações e a morte continuou sendo significativa após o ajuste com pareamento por escore de propensão, análise de sensibilidade a análise de subgrupos.
Conclusão
As estatinas, especialmente os esquemas agressivos de uso das mesmas, estão subutilizadas na doença vascular periférica. Este é o primeiro estudo populacional que mostra que a intensidade do tratamento com estatinas no momento do diagnóstico de doença vascular periférica se associa a uma redução das amputações e da mortalidade.
Título original: Statins Have a Dose-Dependent Effect on Amputation and Survival inPeripheral Artery Disease Patients.
Referência: Shipra Arya et al. Circulation. 2018 Jan 12. Epub ahead of print.
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