ESC 2018 | FUTURE: uma pedra no sapato para o FFR e mais perguntas que respostas

Como foi observado na análise preliminar que motivou a finalização prematura do estudo FUTURE, o uso de fluxo fracionado de reserva (FFR) para guiar a revascularização em uma população não selecionada com múltiplos vasos se associou ao dobro de mortalidade após um ano, sem benefício em outros desfechos.

FUTURE: una piedra en el zapato para el FFR y más preguntas que respuestasEmbora no desfecho primário combinado de mortalidade por qualquer causa, infarto, revascularização repetida ou AVC não tenham sido observadas diferenças no seguimento de um ano entre a população cuja revascularização foi guiada por FFR e a população guiada por angiografia (14,6% versus 14,4%; HR 0,97; IC 95% 0,69-1,36), ao considerar somente a mortalidade, ela foi o dobro utilizando FFR (3,7% versus 1,5%; p = 0,036).

 

Os guias recomendam a utilização de FFR para guiar a revascularização e esses resultados não modificam a história. Uma mortalidade de 3,7% no braço FFR é muito difícil de explicar quando estudos como o FAME mostraram menos de 2%.


Leia também: ESC 2018 | FRANCE-TAVI: fibrilação atrial e anticoagulação estão associadas a mortalidade no TAVI.


É importante conhecer os resultados do FUTURE, mas de modo algum devem modificar tudo o que já sabemos sobre o benefício da revascularização funcional.

 

Muitos pesquisadores acreditam que a diferença inicial poderia dever-se somente ao acaso e que o comitê de segurança não deveria ter finalizado prematuramente o estudo.

 

Título original: Treatment strategy in multivessel coronary disease patients based on fractional flow reserve.

Apresentador: Rioufol G no congresso da ESC de Munique.

 

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