Como foi observado na análise preliminar que motivou a finalização prematura do estudo FUTURE, o uso de fluxo fracionado de reserva (FFR) para guiar a revascularização em uma população não selecionada com múltiplos vasos se associou ao dobro de mortalidade após um ano, sem benefício em outros desfechos.
Embora no desfecho primário combinado de mortalidade por qualquer causa, infarto, revascularização repetida ou AVC não tenham sido observadas diferenças no seguimento de um ano entre a população cuja revascularização foi guiada por FFR e a população guiada por angiografia (14,6% versus 14,4%; HR 0,97; IC 95% 0,69-1,36), ao considerar somente a mortalidade, ela foi o dobro utilizando FFR (3,7% versus 1,5%; p = 0,036).
Os guias recomendam a utilização de FFR para guiar a revascularização e esses resultados não modificam a história. Uma mortalidade de 3,7% no braço FFR é muito difícil de explicar quando estudos como o FAME mostraram menos de 2%.
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É importante conhecer os resultados do FUTURE, mas de modo algum devem modificar tudo o que já sabemos sobre o benefício da revascularização funcional.
Muitos pesquisadores acreditam que a diferença inicial poderia dever-se somente ao acaso e que o comitê de segurança não deveria ter finalizado prematuramente o estudo.
Título original: Treatment strategy in multivessel coronary disease patients based on fractional flow reserve.
Apresentador: Rioufol G no congresso da ESC de Munique.
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