O bloqueio completo de ramo esquerdo e a necessidade de marca-passo impõem-se como um grande desafio para o TAVI

Gentileza do Dr. Carlos Fava.

Com o desenvolvimento de novas válvulas para o TAVI e a maior experiência dos operadores houve uma significativa diminuição da regurgitação paravalvar. No entanto, outro dos desafios atuais é o aparecimento de um novo bloqueio completo de ramo esquerdo (NBCRE) e a necessidade de marca-passo definitivo (MCPD). O impacto desses dois elementos ainda não foi completamente estudado e há controvérsias no que se refere à sua evolução.

Manejo quirúrgico o percutáneo de los leaks mitralesForam analisados 816 pacientes, dentre os quais 437 não apresentavam transtornos de condução (STC). Por sua vez, 247 exibiram NBCRE e 132 necessitaram MCPD.

 

A idade média foi de 81 anos, o STS foi de 3,2% e não houve diferenças entre os grupos.

 

Em 30 dias não houve diferenças em termos de mortalidade.


Leia também: O TAVI é factível e conduz a bons resultados nos pacientes com câncer.


Após 5 anos a mortalidade foi maior nos pacientes que apresentavam NBCRE, seguida pelos que necessitaram MCPD em comparação com os que não apresentavam transtornos de condução (48,4% vs. 46,7% vs. 328%; p = 0,003). Esta diferença começou a aparecer após um ano.

 

As reinternações totais por insuficiência cardíaca foram mais frequentes nos pacientes que apresentaram NBCRE e MCPD, sem haver diferenças nos dias totais de internação entre os 3 grupos.


Leia também: São seguros os sistemas de oclusão percutânea no TAVI e nos aneurismas.


Houve uma redução significativa na função ventricular nos pacientes que apresentaram NBCRE e nos que necessitaram MCPD em comparação com os STC.

 

Conclusão

O desenvolvimento do NBCRE e o requerimento de MCPD é frequente após o TAVI. Ambos os eventos se relacionam com maior risco de mortalidade e de internações por insuficiência cardíaca.

 

Gentileza do Dr. Carlos Fava.

 

Título original: Mortality and Heart Failure Hospitalization in Patients With Conduction Abnormalities After Transcatheter Aortic Valve Replacement.

Referência: Troels H. Jørgensen, et al. (J Am Coll Cardiol Intv 2019;12:52–61).


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