Gentileza do Dr. Carlos Fava.
A etiologia da insuficiência mitral (IM) pode ser primária, orgânica ou degenerativa e secundária ou funcional. Estas duas entidades apresentam uma fisiopatologia diferente. A estratégia para seu tratamento é diferente e na atualidade a terapia edge-to-edge com MitraClip surge como uma alternativa válida nos pacientes de alto risco.
Analisaram-se 943 pacientes com IM e alto risco cirúrgico. Aduziram-se causas funcionais (FMR) a 668 deles e causas degenerativas (DMR) a 275.
Os pacientes com FMR apresentaram uma idade média de 72 anos, EuroSCORE II de 7,4 e fração de ejeção de 33%.
365 pacientes receberam MitraClip, outros 95 foram submetidos a cirurgia (na maior parte dos casos, de reparação valvar) e os 228 restantes receberam tratamento médico.
Leia também: TCT 2018 | REDUCE-FMR: Anuloplastia indireta em insuficiência mitral secundária.
Os grupos exibiram diferenças. Aqueles que receberam MitraClip eram mais idosos em comparação com o grupo submetido a cirurgia mas de idade similar ao grupo que recebeu tratamento médico. Entretanto, o escore de risco e as comorbidades foram maiores que nos outros dois grupos.
No MitraClip o procedimento foi bem-sucedido em 97% dos casos.
Foi feito um propensity score match e Coxx regression para homogeneizar os grupos.
Leia também: TCT 2018 | COAPT: MitraClip em pacientes com insuficiência mitral secundária.
No seguimento de 3 anos o tratamento médico apresentou maior mortalidade em comparação com o MitraClip (hazard ratio [HR] 1,79, 95% confidence interval [CI]: 1,34 a 2,39; p < 0,001). Por outro lado, não houve diferenças entre a cirurgia e o MitraClip (HR 0,86, 95% CI: 0,54 a 1,38; p = 0,541).
Nas DMR não houve diferenças significativas entre as diferentes estratégias.
Conclusões
Em pacientes de alto risco com FMR o MitraClip mostrou uma redução da mortalidade em comparação com o tratamento médico.
Gentileza do Dr. Carlos Fava.
Título original: Impact of mitral valve treatment choice on mortality according to etiology.
Referência: Friso Kortlandt, et al. EuroIntervention 2019;14:1733-1739.
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