Nesta nova era se inaugura a mudança de paradigma de tratar todo o espectro de pacientes com implante percutâneo da valva aórtica (TAVI) sem contemplar o risco como fator preponderante. Com a ampliação do espectro instaura-se o problema da durabilidade, motivo pelo qual qualquer trabalho com seguimento de longo prazo em qualquer contexto que se implante um TAVI será bem-vindo.
Este trabalho estudou especificamente a durabilidade do TAVI quando usado para tratar válvulas cirúrgicas degeneradas em pacientes sintomáticos com um alto risco cirúrgico (≥ 50% de morbidade) recrutados no estudo PARTNER 2 valve-in-valve e em seu registro contínuo.
Foram incluídos 365 pacientes com uma idade média de 78,9 ± 10,2 anos e um STS de 9,1 ± 47%.
Após 3 anos de seguimento, a mortalidade por qualquer causa foi de 32,7% e 1,9% requereu reintervenção cirúrgica. O gradiente médio caiu de 35 mmHg a 17,8 mmHg após 30 dias e a 16,6 mmHg após 3 anos.
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O orifício efetivo cresceu de 0,93 de base a 1,13 e 1,15 após 30 dias e 3 anos, respectivamente. Também houve uma redução significativa da insuficiência aórtica, de 45,1% dos pacientes que de forma basal apresentavam insuficiência moderada a severa a 2,5% após 3 anos.
Com a mudança das pressões também melhorou significativamente a insuficiência mitral (de 33,7% com insuficiência moderada a severa a apenas 8,6%; p = 0,0001). Algo similar também ocorreu com a insuficiência tricúspide e com a fração de ejeção – que registrou um aumento –e a massa ventricular – que apresentou uma diminuição.
No que se refere aos sintomas, 90,4% dos pacientes se encontrava em classe funcional III/IV e após 3 anos o índice se reduziu 14,1%.
Conclusão
Após 3 anos de seguimento, o TAVI para tratar válvulas cirúrgicas degeneradas se associou a uma sobrevida favorável, a uma melhora sustentada dos parâmetros hemodinâmicos e a uma excelente classe funcional e qualidade de vida.
Título original: 3-Year Outcomes After Valve-in-Valve Transcatheter Aortic Valve Replacement for Degenerated Bioprostheses. The PARTNER 2 Registry.
Referência: John G. Webb et al. Am Coll Cardiol 2019;73:2647–55.
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