Baixas doses de colchicina parecem diminuir o risco de novos eventos cardiovasculares em pacientes com antecedente de infarto.
Esta droga está usualmente indicada como anti-inflamatória para a gota e a pericardite. Agora poderia, ademais, diminuir a taxa de eventos isquêmicos como prevenção secundária de acordo com o estudo COLCOT, apresentado durante as sessões científicas do congresso AHA e simultaneamente publicado no NEJM. O COLCOT reforça a evidência sobre o papel dos anti-inflamatórios no processo de aterosclerose e suas complicações com o potencial de chegar a incluir a colchicina no combo de drogas pós-infarto agudo do miocárdio.
O COLCOT randomizou 4.745 pacientes (idade média de 60,6 anos e com 19,2% de mulheres) de 12 países a baixas doses de colchicina (0,5 mg uma vez por dia) vs. placebo. Os pacientes foram incluídos em uma média de 13,5 dias após o infarto e 93% recebeu angioplastia.
O desfecho primário foi uma combinação de morte cardiovascular, necessidade de ressuscitação por parada cardíaca, infarto, AVC e re-hospitalização por angina com necessidade de revascularização.
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Após quase dois anos de seguimento, os pacientes que receberam colchicina apresentaram menos eventos em comparação com os que receberam placebo (5,5% vs. 7,1%; HR 0,77; IC 95%: 0,61-0,96).
A redução do desfecho combinado foi conduzida por menos AVC (HR 0,26; IC 95%: 0,10-0,70) e menos revascularização de urgência (HR 0,50; IC 95%: 0,31-0,81). Os demais componentes do desfecho, incluindo a morte e os infartos, foram similares.
O que virá após este trabalho é o COLCOT-T2D, que pretende incluir 10.000 pacientes com diabetes tipo 2 e sem antecedentes de doença coronariana.
Título original: Efficacy and safety of low-dose colchicine after myocardial infarction.
Referência: Tardif J-C. Presentado en el congreso de la AHA 2019 y publicado simultáneamente en N Engl J Med. 2019; Epub ahead of print.
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