AHA 2019 | COMPLETE: a revascularização completa é superior por tratar outras placas vulneráveis

Este subestudo do COMPLETE que utiliza tomografia de coerência ótica (OCT) mostrou a frequência de outras lesões vulneráveis além da lesão culpada. Isso explica em termos fisiopatológicos o benefício da revascularização completa observado no estudo original. 

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De acordo com as conclusões do estudo COMPLETE, os pacientes com um infarto com supradesnivelamento do segmento ST em curso e doença de múltiplos vasos se beneficiam com a revascularização completa em termos de uma redução da morte cardiovascular e de novos infartos. Este subestudo, por sua vez, analisou o subgrupo de pacientes do trabalho principal nos quais foi utilizada a OCT

Quase a metade dos pacientes (47,3%) nos quais se realizou OCT durante o segundo procedimento após a angioplastia primária mostraram um cap fino nas placas não culpadas. As lesões não culpadas com um diâmetro de estenose de mais de 70% foram as mais propensas a apresentar um cap fino. 


Leia também: AHA 2019 | Treat Stroke to Target: terapia agressiva com estatinas pós-AVC.


Este achado poderia explicar o benefício de tratar de forma rotineira as lesões não culpadas após a angioplastia primária. No entanto, há um viés gigantesco nesta conclusão. Os pacientes que foram randomizados a uma estratégia conservadora após a angioplastia primária obviamente não passaram pela OCT para saber se suas outras placas eram vulneráveis. 

Para encerrar definitivamente a relação entre múltiplas placas vulneráveis e redução de eventos com a revascularização completa teria sido necessário estudar também com OCT o braço conservador do COMPLETE e achar uma taxa similar de lesões instáveis. 

Com este trabalho só podemos extrapolar a ideia e especular com a fisiopatologia. 


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O estudo COMPLETE mostrou que a revascularização completa após a angioplastia primária bem-sucedida reduz o risco de morte cardiovascular ou novo infarto (HR 0,74; IC 95% 0,60-0,91) e de morte cardiovascular, novo infarto e revascularização justificada por isquemia (HR 0,51; IC 95% 0,43-0,61) em comparação com tratar somente a artéria culpada. 

Neste subestudo se analisou a morfologia das placas com OCT das lesões não culpadas dos pacientes randomizados a revascularização completa (n = 93).


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As lesões não culpadas que em termos angiográficos eram mais significativas mostraram com a OCT uma maior carga lipídica, um cap mais fino, mais quantidade de macrófagos e mais cristais de colesterol que as lesões não obstrutivas e com cap mais grosso que foram majoritariamente fibróticas e calcificadas. 

Título original: Non-culprit lesion plaque morphology in patients with ST-segment elevation myocardial infarction: results from the COMPLETE trial optical coherence tomography (OCT) substudy.

Referência: presentado por Pinilla-Echeverri N. en el congreso de la AHA 2019.


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