Este trabalho retrospectivo mostrou uma redução das internações por insuficiência cardíaca nas pacientes que receberam antraciclinas e trastuzumabe no contexto do tratamento de um câncer de mama e que, além disso, encontravam-se em tratamento com estatinas.
O presente estudo estava agendado para ser apresentado durante as sessões científicas do ACC 2020 que se realizaria conjuntamente com o Congresso Mundial de Cardiologia. No entanto, o evento foi suspenso devido à pandemia do coronavírus.
Apesar do risco cardíaco adicional da quimioterapia, a efetividade das antraciclinas e do trastuzumabe para o câncer de mama fazem com que não possamos prescindir de seu uso. O segredo está em proteger o coração dos efeitos adversos de ditos medicamentos.
A evidência sobre as estatinas como cardioprotetoras é limitada a estudos pequenos, de um só centro, mas estes dados respaldam a realização de futuros estudos prospectivos para determinar se o pré-tratamento com estatinas é uma intervenção efetiva e, além disso, para tentar entender o mecanismo fisiopatológico do efeito.
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Foram reunidos os dados de mulheres com 66 anos ou mais, em antecedentes de insuficiência cardíaca que eram diagnosticadas de câncer de mama em um estágio precoce. O uso de estatinas foi definido como todas aquelas mulheres que receberam a prescrição durante o ano anterior à aplicação da quimioterapia.
Foram equiparados 723 pares de mulheres tratadas com antraciclinas (idade média de 69 anos) e 399 pares tratadas com trastuzumab (idade média 71 anos).
O risco de hospitalizações por insuficiência cardíaca foi significativamente menor naquelas que tinham recebido estatinas antes da quimioterapia, tanto no grupo antraciclinas (HR 0,42, 0,22 a 0,82; p = 0,01) quanto no grupo trastuzumabe (HR 0,34, 0,14 a 0,82; p = 0,02).
Ainda é prematuro recomendar o pré-tratamento com estatinas neste grupo de mulheres com a informação que possuímos. A associação existe, mas a relação causa-efeito deve ser testada prospectivamente.
Título original: Statins are associated with lower risk of heart failure after anthracycline and trastuzumab chemotherapy for early stage breast cáncer.
Referência: Bobrowski D. ACC 2020 virtual.
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