Já transcorreu algum tempo após a publicação do duro e exigente documento de 2017 escrito em conjunto pela ACC e AHA no qual os valores de corte de hipertensão foram levados a limites que causaram muita controvérsia, tanto nos Estados Unidos como em toda a Europa. De fato, as diretrizes da ESC publicadas uns meses depois foram um pouco mais flexíveis.
Apesar desse documento, a mortalidade cardiovascular relacionada com a hipertensão continuou em aumento nos Estados Unidos em todos os subgrupos etários e em todas as regiões.
Os resultados da presente análise vão na mesma linha que outros estudos observacionais prévios. A diminuição da mortalidade cardiovascular perdeu impulso e as mortes por insuficiência cardíaca começaram a aumentar.
Os dados que deviam ser apresentados pelo Dr. Nambiar no suspenso congresso da ACC e simultaneamente publicados no JACC mostram que a mortalidade por hipertensão ajustada por idade por dada 100 000 pessoas subiu de 18,3 em 2007 para 23 em 2017 (p < 0,001 para esta tendência).
Durante o mesmo período as mortes cardiovasculares relacionadas com a hipertensão aumentaram 72% nas áreas rurais dos Estados Unidos vs. 20% nas zonas urbanas (p < 0,001 para esta tendência).
A mortalidade aumentou em todos os grupos etários, mas com o maior impacto naqueles compreendidos entre 65 a 74 anos. Também para ambos os gêneros, porém com uma tendência mais acentuada em homens.
As razões para este aumento da mortalidade durante o período estudado são múltiplas, mas claramente a epidemia de diabetes e a hipertensão tiveram um peso significativo.
Ajustarmo-nos às diretrizes de 2017 parece ser fundamental.
Título original: Decade long temporal trends in U.S. hypertension related cardiovascular mortality.
Referência: Nambiar L et al. J Am Coll Cardiol. 2020; Epub ahead of print.
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