Este trabalho respalda observações prévias sobre o benefício da anestesia regional (ou inclusive local) no que se refere à mortalidade em pacientes submetidos a reparação endovascular eletiva de um aneurisma de aorta abdominal infrarrenal.
Esses benefícios também se traduziram em uma menor estadia hospitalar mas não em menores complicações pulmonares como tinha sido sugerido em estudos anteriores.
Os procedimentos minimamente invasivos chegaram para ficar e com o tempo é provável que se publique evidência cada vez mais robusta em dito sentido.
A reparação endovascular (EVAR) de um aneurisma de aorta abdominal é o método mais utilizado na atualidade. O procedimento pode ser realizado sob várias técnicas anestésicas que incluem a anestesia geral, regional ou local.
A informação que temos é escassa, especulativa e majoritariamente trasladada de outros procedimentos (como, por exemplo, o TAVI, em que contamos com muitos trabalhos e inclusive estudos randomizados).
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Analisou-se a base de dados do Reino Unido, incluindo todos os pacientes eletivos submetidos a EVAR entre 2014 e 2016. O desfecho primário foi a mortalidade em 30 dias e também foram incluídos outros desfechos como complicações pós-operatórias e estadia hospitalar.
Foram incluídos 9783 pacientes, dentre os quais 7069 foram tratados com anestesia geral, 2347 com anestesia regional e 367 receberam anestesia local em 89 hospitais.
A taxa de mortalidade foi diferente entre as distintas estratégias de anestesia, com uma menor mortalidade no grupo regional vs. geral (0,6% vs. 0,9%; p = 0,03).
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A estadia média foi de 2 dias, mas os pacientes que receberam anestesia regional ou local puderam regressar ainda antes a suas casas.
As complicações perioperatórias e pulmonares foram similares entre os 3 grupos.
Devido ao escasso número de pacientes em comparação com os outros grupos é difícil tirar conclusões em relação à anestesia local vs. os outros tipos. Além disso, pode existir viés (apesar dos múltiplos ajustes) pelo fato de ter sido utilizada a estratégia menos invasiva nos pacientes mais frágeis.
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Da mesma forma, o achado de o grupo anestesia regional se beneficiar, em termos de mortalidade, da estratégia regional de anestesia não pode ser explicado por uma maior taxa de complicações perioperatórias.
Assim como ocorreu com o TAVI por volta de 2012, estes são os primeiros dados que surgem em relação às endopróteses. Ainda há muito cominho a percorrer e é necessário que seja levado a cabo pelo menos um estudo randomizado antes de termos uma resposta definitiva sobre o tema.
Conclusão
A mortalidade em 30 dias foi menor com a anestesia regional vs. a anestesia geral nos pacientes com aneurisma de aorta abdominal infrarrenal que receberam tratamento endovascular. Apesar disso, a taxa de complicações foi similar em todos os tipos de anestesia.
Título original: The Effect of Mode of Anaesthesia on Outcomes After Elective Endovascular Repair of Abdominal Aortic Aneurysm.
Referência: George Dovell et al. Eur J Vasc Endovasc Surg. 2020 May;59(5):729-738. doi: 10.1016/j.ejvs.2020.01.031.
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