IVUS vs OCT para guiar a angioplastia: o que escolher?

Controlar a correta expansão do stent com tomografia de coerência ótica (OCT) utilizando uma estratégia baseada na medição da membrana elástica externa teve um resultado não inferior ao controle com ultrassom intravascular (IVUS) e superior ao da angiografia feita isoladamente. Somando a evidência deste trabalho à prévia, deveríamos utilizar a imagem intravascular que tivermos disponível.

IVUS vs OCT para guiar la angioplastia ¿Cuál elegir?

Não existem algoritmos específicos para guiar a angioplastia com OCT e também é escassa a informação sobre os benefícios relativos quando se faz a comparação com IVUS. 

O estudo iSIGHT realizado por colegas do Brasil e recentemente publicado no Circulation Cardiovascular Interventions nos traz muita informação sobre o tema e também é um orgulho pelo trabalho desenvolvido na América Latina. 

Todos os pacientes submetidos a angioplastia em ao menos 1 lesão em artérias coronarianas entre 2,25 e 4 mm de diâmetro foram randomizados 1:1:1 a OCT, IVUS ou somente angiografia. 

Um protocolo baseado na membrana elástica externa foi aplicado para guiar a escolha do stent nos procedimentos guiados por IVUS e OCT. 

O desfecho primário foi a não inferioridade do OCT vs. o IVUS para alcançar a correta expansão do stent (área luminal mínima do stent > ou igual a 90% da área luminal de referência). 


Leia também: Concordância entre tomografia e angiografia em pacientes do ISCHEMIA.


Foram incluídas 156 lesões (151 pacientes) das quais 51 foram abordadas com OCT, 52 com IVUS e 53 com angiografia.

A expansão do stent com OCT (98,01 ± 16,14%) foi não inferior à obtida com IVUS (91,69 ± 15,75%) e superior à da angiografia (90,53 ± 14,84%, p = 0,041).

A expansão obtida com a orientação do IVUS não foi superior à da angiografia feita de maneira isolada (p = 0,921). Isso não deve desestimular o uso do IVUS, já que a evidência com a qual conta a técnica é enorme. 

Conclusão

A expansão do stent conseguida com a orientação do OCT utilizando uma estratégia dedicada baseada na membrana externa teve um resultado não inferior à obtida com o IVUS e superior à da angiografia

Título original: Optical Coherence Tomography Versus Intravascular Ultrasound and Angiography to Guide Percutaneous Coronary Interventions. The iSIGHT Randomized Trial.

Referência: Daniel Chamié et al. Circulation: Cardiovascular Interventions. 2021;14:e009452. https://doi.org/10.1161/CIRCINTERVENTIONS.120.009452.


Subscreva-se a nossa newsletter semanal

Receba resumos com os últimos artigos científicos

Mais artigos deste autor

Doença de tronco da coronária esquerda: ATC guiada por imagens intravasculares vs. cirurgia de revascularização miocárdica

Múltiplos ensaios clínicos randomizados demonstraram resultados superiores da cirurgia de revascularização coronariana (CABG) em comparação com a intervenção coronariana percutânea (ATC) em pacientes com...

AHA 2025 | TUXEDO-2: manejo antiagregante pós-PCI em pacientes diabéticos multivaso — ticagrelor ou prasugrel?

A escolha do inibidor P2Y12 ótimo em pacientes diabéticos com doença multivaso submetidos a intervenção coronariana percutânea (PCI) se impõe como um desafio clínico...

AHA 2025 | DECAF: consumo de café vs. abstinência em pacientes com FA — recorrência ou mito?

A relação entre o consumo de café e as arritmias tem sido objeto de recomendações contraditórias. Existe uma crença estendida de que a cafeína...

AHA 2025 | Estudo OCEAN: anticoagulação vs. antiagregação após ablação bem-sucedida de fibrilação atrial

Após uma ablação bem-sucedida de fibrilação atrial (FA), a necessidade de manter a anticoagulação (ACO) a longo prazo continua sendo incerta, especialmente considerando que...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

Assista novamente: Embolia Pulmonar em 2025 — Estratificação de Risco e Novas Abordagens Terapêuticas

Já está disponível para assistir o nosso webinar “Embolia Pulmonar em 2025: Estratificação de Risco e Novas Abordagens Terapêuticas”, realizado no dia 25 de...

Um novo paradigma na estenose carotídea assintomática? Resultados unificados do ensaio CREST-2

A estenose carotídea severa assintomática continua sendo um tema de debate diante da otimização do tratamento médico intensivo (TMO) e a disponibilidade de técnicas...

Remodelamento cardíaco após a oclusão percutânea da CIA: imediato ou progressivo?

A comunicação interatrial (CIA) é uma cardiopatia congênita frequente que gera um shunt esquerda-direita, com sobrecarga de cavidades direitas e risco de hipertensão pulmonar...