Segundo o estudo randomizado ATLANTIS, apresentado hoje no congresso do ACC 2021, acrescentar apixabana ao tratamento dos pacientes submetidos a implante percutâneo da valva aórtica (TAVI) não foi superior ao tratamento antitrombótico padrão.
Levando em consideração a fácil indicação e seu perfil de segurança, poderia ser uma opção aos antagonistas da vitamina K para os pacientes com indicação de anticoagulação (por exemplo, fibrilação atrial). Contudo, o fármaco não parece somar benefício à população geral submetida a TAVI.
Este trabalho nos traz resultados que vão na mesma linha do estudo GALILEO, com rivaroxabana. Nenhum dos dois medicamentos apresenta vantagens claras, embora tampouco tenham problemas de segurança em termos de sangramentos.
Por enquanto a antiagregação plaquetária simples deveria ser a terapia padrão pós-TAVI para os pacientes sem outra indicação para dupla antiagregação ou para anticoagulação.
O estudo ATLANTIS incluiu 1510 pacientes submetidos a TAVI e que foram estratificados de acordo com a indicação de anticoagulação ou não.
Este trabalho randomizou a apixabana 5 mg duas vezes por dia vs. tratamento padrão (antagonistas da vitamina K) para os pacientes com indicação de anticoagulação e a apixabana 5 mg duas vezes por dia vs. tratamento padrão (antiagregação plaquetária) para aqueles sem indicação para anticoagulação.
O desfecho primário combinado de morte, AVC, embolia sistêmica, trombose intracardíaca ou da prótese, trombose venosa profunda, embolia pulmonar ou sangramento maior em 1 ano de seguimento foi similar entre a apixabana e ambos os braços de tratamento padrão.
Foram observados mais casos de trombose da prótese no braço de tratamento padrão comparado com apixabana (1,1% vs. 4,7%; HR 0,23; IC 95% 0,11 a 0,50). Isso é especialmente válido para os pacientes sem indicação de anticoagulação.
A segurança foi boa e comparável entre os braços com uma taxa de 8,5% de sangramento maior, incapacitante ou que comprometa a vida.
Título original: Oral anti-Xa anticoagulation after trans-aortic valve implantation for aortic stenosis: the randomized ATLANTIS trial.
Referência: Collet J-P et al. Presentado en el congreso de la ACC 2021.
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