Há pacientes nos quais a anticoagulação está simplesmente indicada mas não é uma verdadeira opção. Utilizando o registro de TAVI francês, este trabalho compara a mortalidade a longo prazo, sangramentos e eventos isquêmicos após o implante valvar. Foram comparados os resultados daqueles que utilizaram TAVI com anticoagulantes diretos vs. os clássicos, testados e reversíveis inibidores da vitamina K.
A escolha entre uma e outra droga continua tirando o sono dos cardiologistas, hemotologistas, clínicos e cirurgiões.
Foram definidos 2 desfechos primários, morte por qualquer causa (eficácia) e sangramento maior (segurança). Foi utilizado propensity score para comparar as duas populações.
Vinte e quatro mil, quinhentos e oitenta e um pacientes foram avaliados para ingressar, ficando para a análise final 8.962 (36,4%) que receberam inibidores da vitamina K e 2.180 (24,3) que receberam alta com anticoagulantes diretos.
Em 3 anos de seguimento e após ajustar por propensity score, a mortalidade por qualquer causa (HR 1,37; IC 95: 1,12 a 1,67; p < 0,005) e os sangramentos (HR: 1,64; IC 95% 1,17 a 2,29; p < 0,005) estiveram a favor dos anticoagulantes diretos.
Esses dados somados a outros começam a simplificar o esquema pós-procedimento. Se o pacientes não precisam de anticoagulação, é suficiente o esquema com monoterapia e aspirina. Ao contrário, se a anticoagulação está indicada, esta deve ser com um inibidor direto sem outras drogas adjuvantes.
Conclusões
Neste grande estudo multicêntrico Francês com um exaustivo seguimento dos eventos clínicos, a mortalidade e os sangramentos maiores se viram reduzidos com os anticoagulantes diretos. Este trabalho respalda o uso preferencial de inibidores diretos.
Título original: TAVR Patients Requiring Anticoagulation: Direct Oral Anticoagulant or Vitamin K Antagonist?
Referência: Romain Didier et al. JACC Cardiovasc Interv. 2021 Aug 9;14(15):1704-1713. doi: 10.1016/j.jcin.2021.05.025.
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