Continuam as controvérsias nos trabalhos sobre esquemas curtos de duplo antiagregação plaquetária (DAPT). Essas discussões parecem, no entanto, conduzir ao consenso de que, para além da “categoria” de sangramento ou do risco isquêmico, o mais importante é uma decisão baseada no paciente tratado. O tempo de DAPT deve ser individualizado e não simplificado com um escore de risco.
No estudo MASTER-DAPT, em pacientes cursando síndromes coronarianas agudas e alto risco de sangramento, não se observou um aumento dos eventos isquêmicos com o esquema curto de DAPT. Por outro lado, evidenciou-se uma diminuição dos sangramentos.
Eventualmente, o risco de sangramento provavelmente seja mais importante que o risco isquêmico.
O MASTER-DAPT analisou especificamente a duração da DAPT pós-angioplastia em pacientes com alto risco de sangramento (um terço anticoagulados). O estudo mostrou que 1 mês de DAPT foi não inferior a 3 meses ou mais tanto em termos de eventos adversos clínicos puros quanto em termos de eventos adversos maiores. Além disso, o sangramento foi menos comum com o regime mais curto.
A análise predeterminada do MASTER-DAPT incluiu 4.579 pacientes cursando uma síndrome coronariana aguda. Não foram observadas diferenças significativas nesse grupo no que às duas estratégias de DAPT se refere.
Isso pode ser lido como algo irrelevante, mas nos diz que mesmo nos pacientes com o maior risco de eventos isquêmicos (como aqueles com síndromes coronarianas agudas) não existe um maior risco com um esquema curto.
Os resultados de quase 6.000 pacientes foram combinados para formar a “coorte total” do STOPDAPT-2. Quase um terço da população tinha alto risco de sangramento. Tanto os pacientes com alto risco de sangramento como aqueles com um risco padrão foram randomizados a 1 mês vs. 12 meses de DAPT.
O esquema curto de DAPT foi não inferior para o desfecho combinado de morte cardiovascular, infarto, trombose do stent e sangramento maior.
No seguimento de 12 meses o sangramento maior for superior, o que não nos surpreende.
Leia também: TCT 2021 | SWISS-APERO: diferença na regurgitação entre Amulet e Watchman.
Um incremento numérico dos eventos cardiovasculares com a monoterapia de clopidogrel nos pacientes agudos mostra a necessidade de mais estudos.
Por outro lado, um mês de DAPT em comparação com a DAPT de 12 para os eventos cardiovasculares e hemorrágicos foi consistente para além do risco de sangramento e também em pacientes com angioplastias complexas.
Título original: STOPDAPT-2 total cohort: pooled results from two randomized controlled trials of clopidogrel monotherapy after 1-month DAPT following PCI, and subgroup analyses by ACS presentation, HBR, and complex PCI. MASTER-DAPT: a randomized trial of abbreviated antiplatelet therapy in HBR patients. Outcomes in high bleeding risk patients with high thrombotic and ischemic risk.
Referência: Obayashi Y et al. Smits PC et al. Presentados durante las sesiones científicas del TCT 2021.
Subscreva-se a nossa newsletter semanal
Receba resumos com os últimos artigos científicos