O benefício dos Drug-Eluting Stents (DES) de primeira geração em comparação com os Bare Matal Stents (BMS) já é amplamente conhecido. Também sabemos que com os desenvolvimentos tecnológicos houve uma tendência no sentido de diminuição do tamanho das hastes (struts), de opção por polímeros biodegradáveis e de criação de novas plataformas, o que melhorou ainda mais os resultados. O fruto de toda essa inovação são os stents conhecidos como finos, cujas hastes medem entre 70 e 100 mícrons, o que ajuda a reduzir a injúria vascular, inflamação, trombogenicidade e proliferação miointimal.
O mais novo neste cenário são os stents ultrafinos (struts < 70 mícrons) com polímeros biodegradáveis. O efeito destes novos stents é ainda menos inflamatório, causando menor trombogenicidade e tendo uma melhor evolução. Contudo, apesar de dispormos de certa informação, seus potenciais benefícios ainda não foram cabalmente demonstrados.
Para o presente trabalho foi realizada uma busca em PubMed, Embase e Cochrane Database de estudos randomizados controlados publicados entre 2010 e 2020 que comparam os stents finos de segunda geração (SF) com os ultrafinos (SUF).
O desfecho primário (DP) foi TLF definido pela combinação de morte cardíaca, infarto relacionado com o vaso tratado (TVMI) e revascularização guiada por isquemia do vaso tratado (ID-TLR). O desfecho secundário (DS) foi o TLF em 3 e 5 anos.
Foram identificadas 18 publicações que cumpriam com os requerimentos, chegando a um total de 14.648 pacientes.
Não houve diferenças entre as populações, exceto pelo fato de que um grupo SUF apresentava maior idade e hipertensão.
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Em dois anos de seguimento o DP foi favorável aos SUF (RR: 0,88; 95% CI 0,78–0,99; p < 0,05) guiado por uma redução do TVMI (RR: 0,80; 95% CI 0,67–0,96; p < 0,05) e do TLR (RR: 0,85; 95% CI 0,72–1,00; p = 0,05), sem diferenças em termos de mortalidade cardíaca.
Em 3 anos de seguimento (7780 pacientes de 5 estudos) o DS foi favorável aos SUF (RR: 0,81; 95% CI 0,67–0,99; p < 0,05) guiado por uma redução do TLR (RR: 0,79; 95% CI 0,64–0,98; p < 0,05), sem diferenças em termos de mortalidade cardíaca ou TVMI.
Em 5 anos de seguimento houve 2620 pacientes de 3 estudos. Embora o DS tenha sido menor nos SUF, este não alcançou a diferença estatística.
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Não houve diferenças em termos de trombose definitiva ou provável do stent em 2, 3 e 5 anos, embora a taxa de ocorrência desses desfechos tenha sido numericamente menor.
Conclusão
Nos pacientes submetidos a ATC, os stents eluidores de fármaco ultrafinos melhoram a evolução no seguimento de longo prazo.
Dr. Carlos Fava.
Membro do Conselho Editorial da SOLACI.org
Título Original: Long term outcomes of ultrathin versus standard thickness second-generation drug eluting stents: Meta-analysis of randomized trials.
Referência: Yasin Hussain, et al. Catheter Cardiovasc Interv 2022;19;91:–51623.–574.
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