Já são conhecidos os benefícios do uso de Ultrassonografia Intravascular (IVUS) no desenvolvimento de intervenções coronarianas percutâneas, tais como a medição mais precisa dos diâmetros do vaso, a melhora da expansão e aposição dos stents e a identificação de complicações. Por tal motivo o uso do IVUS é uma recomendação classe IIa nos guias da AHA e nos da ESC.
O objetivo deste estudo retrospectivo foi avaliar a utilização de IVUS em ATC de lesões complexas, e comparar a mortalidade e a necessidade de repetir a revascularização em pacientes com ATC guiada por IVUS vs. ATC somente.
As lesões complexas incluíam bifurcações, oclusão total crônica, TCE não protegido, lesões longas de mais de 33 mm, reestenose intrastent, calcificações severas, ATC em múltiplos vasos e múltiplos stents implantados.
O desfecho primário (DP) foi mortalidade e revascularização do vaso tratado em 2 anos.
O uso de IVUS foi de 13,9% em um universo de 44.305 pacientes que foram submetidos a ATC em lesões complexas. A característica da lesão complexa na qual se utilizou IVUS foi TCE (33%), múltiplo implante de stents (15%), ATC em múltiplos vasos (14%) e lesões longas (14%). Houve um aumento no uso de IVUS em ATC de 13% em 2014 a 16% em 2018.
Os pacientes do grupo ATC com IVUS apresentaram mais frequentemente uma fração de ejeção > 50%, com comprometimento de TCE e sangramento proximal da artéria descendente anterior e utilização de stents eluidores de droga. Por outro lado, este mesmo grupo apresentou menos frequentemente IAM recorrente, comprometimento da coronária direita e lesões em vasos pequenos e tortuosos.
No que se refere aos resultados, a ATC guiada por IVUS apresentou significativamente menos mortalidade e menos revascularização do vazo tratado no período de seguimento.
Conclusão
A utilização de IVUS em ATC de lesões complexas ocorre em um baixo número de casos apesar da evidência atual respaldar o seu uso. O tratamento de ditas lesões com IVUS evidenciou diminuição da mortalidade e revascularização do vaso tratado a médio prazo em comparação com pacientes que foram submetidos a ATC sem IVUS.
Dr. Andrés Rodríguez
Membro do Conselho Editorial da SOLACI.org.
Referência: Edward L. Hannan et al Circ Cardiovasc Interv. 2022;15:e011687.
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