EuroPCR 2023 | Revascularização segundo iFR vs. FFR em lesões do tronco da coronária esquerda

As diretrizes da síndrome coronariana crônica recomendam o manejo invasivo por meio de medições fisiológicas nos pacientes com isquemia de alto risco manifesta, além do tratamento médico. Entretanto, os conceitos de iFR e FFR são entendidos como intercambiáveis.

EuroPCR 2023 | Revascularización según iFR vs FFR en lesiones de tronco coronario izquierdo

A literatura prévia mostrou que pode chegar a existir uma discordância de aproximadamente 20% entre ditas medições. Definir uma adequada medição fisiológica permitiu melhorar a decisão na intervenção, constatando-se um razoável nível de segurança ao definir uma intervenção em territórios relevantes como o tronco da coronária esquerda (DEFINE-LM registry). 

O objetivo deste estudo foi investigar o impacto na diferença da revascularização entre iFR e FFR em pacientes com síndrome coronariana crônica e doença de tronco da coronária esquerda.

Obtiveram-se os dados do registro DEFINE-LM, com 275 pacientes acometidos de doença do tronco e com medição de iFR e FFR. Dentre eles, 153 tiveram a revascularização diferida e 122 foram revascularizados. O desfecho primário foi a possibilidade de predição de MACE, que incluía a incidência de MACE e a comparação entre iFR e FFR mediante as curvas ROC.  

A idade média dos pacientes foi de 66 anos e 86% deles era do sexo masculino, com Syntax score de 21,4. A severidade da estenose nos pacientes diferidos foi de 41,8% (iFR 0,91 em média e FFR 0,82) e 49,5% nos que foram revascularizados (iFR 0,85 e FFR 0,71). 

Leia também: EuroPCR 2023 | KISS: Stent provisional em bifurcação.

Os desfechos em 35 meses não mostraram diferenças estatisticamente significativas (HR 0,71, IC 95% 0,38-1,92; p = 0,28). Foi observada discordância entre as medições em 21,1% dos casos. Por sua vez, evidenciou-se uma alta possibilidade de predição de MACE ao diferir a revascularização, com ambas as medições (iFR AUC: 0,74 e FFR AUC: 0,62). A estratégia guiada por iFR foi mais segura. Já os MACE em revascularização apresentaram baixa possibilidade de predição. 

Dr. Omar Tupayachi

Dr. Omar Tupayachi.
Membro do Conselho Editorial da SOLACI.org.

Referência: Presentado por Takayuki Warisawa en Late Breaking Trials Sessions, EuroPCR 2023, 16 de mayo de 2023, París, Francia. 


Subscreva-se a nossa newsletter semanal

Receba resumos com os últimos artigos científicos

Mais artigos deste autor

Doença coronariana em estenose aórtica: dados de centros espanhóis em cirurgia combinada vs. TAVI + angioplastia

O implante valvar percutâneo (TAVI) demonstrou em múltiplos estudos randomizados uma eficácia comparável ou superior à da cirurgia de revascularização miocárdica (CRM). No entanto,...

Evolução das válvulas balão-expansíveis pequenas

Os anéis aórticos pequenos (20 mm) têm se constituído em um verdadeiro desafio, tanto em contexto de cirurgia como em implante percutâneo da valva...

TCT 2024 | FAVOR III EUROPA

O estudo FAVOR III EUROPA, um ensaio randomizado, incluiu 2000 pacientes com síndrome coronariana crônica ou síndrome coronariana aguda estabilizada e lesões intermediárias. 1008...

TCT 2024 – ECLIPSE: estudo randomizado de aterectomia orbital vs. angioplastia convencional em lesões severamente calcificadas

A calcificação coronariana se associa à subexpansão do stent e a um maior risco de eventos adversos, tanto precoces quanto tardios. A aterectomia é...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

Estudo TRI-SPA: Tratamento borda a borda da valva tricúspide

A insuficiência tricúspide (IT) é uma doença associada a alta morbimortalidade. A cirurgia é, atualmente, o tratamento recomendado, embora apresente uma elevada taxa de...

Estudo ACCESS-TAVI: Comparação de dispositivos de oclusão vascular após o TAVI

O implante transcatéter da valva aórtica (TAVI) é uma opção de tratamento bem estabelecida para pacientes idosos com estenose valvar aórtica severa e sintomática....

Tratamento endovascular da doença iliofemoral para melhorar a insuficiência cardíaca com FEJ preservada

A doença arterial periférica (EAP) é um fator de risco relevante no desenvolvimento de doenças de difícil tratamento, como a insuficiência cardíaca com fração...