Sociedade Latino-americana de Cardiologia Intervencionista

Com o tratamento da patologia valvar aórtica em pacientes mais jovens, uma porcentagem significativa de ditos pacientes precisará ser submetida a um novo TAVI ao longo de sua vida. No entanto, há poucos dados disponíveis sobre a repetição desse procedimento (redo-TAVI).

Os objetivos deste estudo foram analisar a experiência no mundo real sobre o redo-TAVI com as válvulas balão-expansíveis SAPIEN e, ademais, comparar a eficácia e a eficiência do redo-TAVI com o TAVI convencional. A população foi a mesma do registro TVT, tendo sido obtidos dados de 1216 redo-TAVI.

Foi feito um escore de pareamento com propensão para a comparação com o TAVI convencional. O desfecho primário foi morte e AVC em 30 dias e em 1 ano. Os desfechos secundários foram os eventos relacionados com o procedimento, hospitalização e eventos ecocardiográficos.

A idade média foi de 78 anos, com um STS de 8,3 vs. 5,2 (TAVI convencional), e em 94,4% da população foi usada abordagem transfemoral. Ao observar as complicações evidenciou-se 0,4% de conversão a cirurgia aberta, 0,08% de ruptura do anel e 0,3% de obstrução coronariana.

Ao avaliar o desfecho primário não foram observadas diferenças significativas em eventos na internação (4,7% vs. 3,9%; p = 0,11) nem em 30 dias (6,1% vs. 5,9%). Ao analisar a coorte ajustada, o seguimento de um ano tampouco mostrou diferenças significativas em termos de mortalidade (HR 0,99, IC 95% 0,80-1,24; p = 0,961) nem AVC (HR 0,99, IC 95% 0,62-1,60; p = 0,982).

Foram observados gradiente maiores no grupo redo-TAVI e a melhora sintomática foi equiparável conforme os escores NYHA e KCCQ.

Conclusões do autor: não houve diferenças significativas em termos de mortalidade ou AVC em 30 dias nem em 1 ano. Houve escassas complicações relacionadas com o procedimento, como a ruptura do anel ou a conversão a cirurgia aberta.