Sociedade Latino-americana de Cardiologia Intervencionista

Foi apresentado o seguimento clínico e ecocardiográfico de 5 anos do estudo de implante transcateter aórtico (TAVR) com as válvulas balão-expansíveis Sapien vs. a cirurgia valvar (SAVR) em pacientes com estenose aórtica severa de baixo risco cirúrgico.

O primeiro desfecho primário (DP 1) consistiu em uma combinação não hierárquica de mortalidade por todas as causas, acidente vascular cerebral (AVC) ou re-hospitalização. O segundo desfecho primário (DP 2) foi uma combinação hierárquica que abarcava mortalidade por todas as causas, AVC incapacitante, AVC não incapacitante e re-hospitalização.

Quando avaliamos o DP 1 em comparação com o grupo dos pacientes submetidos a cirurgia, observamos uma diminuição de eventos de 21% (HR em 5 anos = 0,79 [IC de 95%: 0,61-1,02]; p = 0,07). Por outro lado, na análise do DP 2 utilizando o índice WinRatio, registrou-se um maior número de eventos no grupo TAVR, com um valor de 1,17 (IC de 95%: 0,90-1,51; p = 0,25).

Quando se examinaram subgrupos específicos, descobriu-se que as válvulas menores, como as de número 26 e 23 (em comparação com a número 29), apresentaram uma menor incidência de eventos, com um HR em 5 anos de 0,81 [IC de 95%: 0,51-1,29]; p = 0,62. Além disso, observou-se que a área valvar e os índices de falha valvar (BVF) eram similares nos dois grupos de tratamento, com um HR em 5 aos de 0,86 [IC de 95%: 0,42-1,77]; p = 0,69.

Não foram observadas diferenças significativas entre os dois tratamentos ao avaliar a qualidade de vida, medida por meio de um escore KCCQ > 75 (71% vs. 71.9%), nem em termos da durabilidade da válvula, definida como a ausência de BVF (86,3% vs. 87,4%).

Em síntese, em pacientes com estenose aórtica severa de baixo risco tratados com válvulas Sapien-3 ou cirurgia valvar, ambas as opções terapêuticas mostraram taxas similares e baixas de eventos clínicos. As diferenças no desfecho combinado, que inicialmente favoreciam o TAVR em um ano se atenuaram no seguimento de 5 anos (de 7,1% a 4,3%). Tanto a falha valvar como a degeneração valvar foram pouco frequentes em ambas as terapias.