O FFR representa uma diminuição de sintomas para os pacientes e uma redução de custos para os financiadores da saúde

Estudos prévios que guiaram a revascularização exclusivamente com a angiografia constataram que a angioplastia coronariana não melhora significativamente os resultados quando comparada com o tratamento médico ótimo em pacientes com angina crônica estável. O estudo FAME 2 (Fractional Flow Reserve Versus Angiography for Multivessel Evaluation) comparou a angioplastia guiada por fluxo fracionado de reserva (FFR) com o tratamento médico ótimo e não somente chegou a conclusões clínicas mas também de custo-efetividade.

El FFR ahorra síntomas a los pacientes y costos a los financiadores de salud

Um total de 888 pacientes com angina crônica estável e lesão de um vaso ou múltiplos vasos com um FFR reduzido foram randomizados a angioplastia mais tratamento médico ótimo (n = 447) ou somente tratamento médico ótimo (n = 441). O desfecho primário foi uma combinação de eventos cardíacos maiores incluindo morte, infarto agudo do miocárdio e revascularização de urgência.


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Em 3 anos o desfecho combinado foi significativamente menor no grupo que recebeu angioplastia guiada por FFR comparado com o grupo tratamento médico (10,1% vs. 22,0%; p < 0,001) e dita diferença se deveu principalmente a uma menor taxa de revascularizações de urgência.

 

A morte e o infarto foram numericamente menores no ramo angioplastia embora não tenha alcançado a significância estatística (8,3% vs. 10,4%; p = 0,28). A severidade e frequência da angina também foi menor no ramo angioplastia em 3 anos.


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Inicialmente o custo da angioplastia foi duas vezes maior que o custo do tratamento médico. Porém, com o passar do tempo, o custo se igualou devido às revascularizações de urgência e ao ajuste da qualidade de vida.

 

Conclusão

A angioplastia guiada por FFR em pacientes estáveis reduz os eventos no seguimento de 3 anos e é economicamente atrativa quando comparada com o tratamento médico.

 

Comentário editorial

Em 3 anos de seguimento não houve diferenças em custo entre ambos os grupos. Por outro lado, houve um número significativamente menor de pacientes do ramo angioplastia com angina. Tal diferença em angina foi persistente ao longo de todo o seguimento e poderia ser explicada pelos pouco pacientes do ramo tratamento médico passados a angioplastia de maneira programada. Finalmente, os sintomas forçaram as revascularizações de urgência que inclinaram a balança a favor da angioplastia.

 

Título original: Clinical Outcomes and Cost-Effectiveness of Fractional Flow Reserve–Guided Percutaneous Coronary Intervention in Patients With Stable Coronary Artery Disease. Three-Year Follow-Up of the FAME 2 Trial (Fractional Flow Reserve Versus Angiography for Multivessel Evaluation).

Referência: William F. Fearon et al. Circulation. 2017;136:00–00.


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