DES de 2,0 mm para vasos muito pequenos: é viável?

O diâmetro de referência de um vaso é um fator fundamental de reestenose após uma angioplastia coronariana mesmo com stents farmacológicos. Os menores stents disponíveis são de 2,25 mm de diâmetro, mas inclusive vasos menores podem ser sintomáticos.

DES de 2.0 mm para vasos muy pequeños: ¿Es viable?

Este é um trabalho prospectivo e multicêntrico que testou o stent eluidor de zotarolimus Resolute Onyx 2.0-mm. O desfecho primário foi a falha da lesão alvo.


Leia também: Os efeitos da radiação cerebral em Cardiologistas Intervencionistas”.


Todos os pacientes com angina estável ou instável e lesões responsáveis ≤ 27 mm de comprimento e um diâmetro de referência ≥ 2,0 mm e < 2,25 mm foram elegíveis. Um subgrupo de pacientes foi seguido com angiografia por 13 meses pós-procedimento.

 

Assim, foi incluído um total de 101 pacientes com 104 lesões. Dentre eles, quase a metade tinha o antecedente de diabetes. Em 12 meses, a taxa de falha da lesão alvo foi de 5%, o que superou o objetivo de eficácia pré-especificado de 19% (p < 0,001). A taxa de revascularização da lesão e de infarto agudo do miocárdio foi de 2% e de 3%, respectivamente.


Leia também: O primeiro balão eluidor de sirolimus provado em reestenose intrastent apresentou excelentes resultados”.


Não se observaram tromboses do dispositivo e a reestenose binária foi de 12%.

 

Conclusão

Este é o primeiro relatório de um stent farmacológico com um tamanho dedicado para tratar lesões em vasos com menos de 2,25 mm. O Resolute Onyx 2.0 mm se associou a uma taxa baixa de falha da lesão alvo e perda tardia de lúmen, o que torna factível tratar lesões em vasos extremamente pequenos.

 

Comentário editorial

As opções habituais para tratar vasos tão pequenos que gerem sintomas incluem a angioplastia com balão somente ou o implante de um stent de 2,25 mm que sobredimensione o vaso.

 

A primeira opção se associa a uma taxa de pelo menos 40% de reestenose e a segunda, ao risco de perfuração e dissecção distal. Se o stent é implantado a uma pressão menor que a nominal para evitar este risco, pode ficar subexpandido e mal posicionado, o que terminaria se associando a trombose.

 

Os balões farmacológicos também poderiam ser uma opção, já que reduzem as reintervenções quando comparados com o balão convencional. Contudo, cabe assinalar que nunca alcançaram a performance de um DES.

 

Título original: First Report of the Resolute Onyx 2.0-mm Zotarolimus-Eluting Stent for the Treatment of Coronary Lesions With Very Small Reference Vessel Diameter.

Referência: Matthew J. Price et al. J AmColl Cardiol Intv 2017;10:1381–8.


Subscreva-se a nossa newsletter semanal

Receba resumos com os últimos artigos científicos

Sua opinião nos interessa. Pode deixar abaixo seu comentário, reflexão, pergunta ou o que desejar. Será mais que bem-vindo.

 

Mais artigos deste autor

COILSEAL: Utilização de coils na angioplastia coronariana: uma ferramenta de valor nas complicações?

A utilização de coils como ferramenta de oclusão vascular tem experimentado uma expansão progressiva, partindo de seu uso tradicional em neurorradiologia até incorporar-se ao...

Tratamento da reestenose intrastent em vasos pequenos com balões recobertos de paclitaxel

A doença arterial coronariana (DAC) em vasos epicárdicos de menor calibre se apresenta em 30% a 67% dos pacientes submetidos a intervenção coronariana percutânea...

Perfurações coronarianas e o uso de stents recobertos: uma estratégia segura e eficaz a longo prazo?

As perfurações coronarianas continuam sendo uma das complicações mais graves do intervencionismo coronariano (PCI), especialmente nos casos de rupturas tipo Ellis III. Diante dessas...

Doença de tronco da coronária esquerda: ATC guiada por imagens intravasculares vs. cirurgia de revascularização miocárdica

Múltiplos ensaios clínicos randomizados demonstraram resultados superiores da cirurgia de revascularização coronariana (CABG) em comparação com a intervenção coronariana percutânea (ATC) em pacientes com...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

COILSEAL: Utilização de coils na angioplastia coronariana: uma ferramenta de valor nas complicações?

A utilização de coils como ferramenta de oclusão vascular tem experimentado uma expansão progressiva, partindo de seu uso tradicional em neurorradiologia até incorporar-se ao...

Tratamento da reestenose intrastent em vasos pequenos com balões recobertos de paclitaxel

A doença arterial coronariana (DAC) em vasos epicárdicos de menor calibre se apresenta em 30% a 67% dos pacientes submetidos a intervenção coronariana percutânea...

Desafios contemporâneos na oclusão do apêndice atrial esquerdo: enfoque atualizado sobre a embolização do dispositivo

Embora a oclusão percutânea do apêndice atrial esquerdo seja, em geral, um procedimento seguro, a embolização do dispositivo – com uma incidência global de...