Segurança de diferir lesões com iFR ou FFR em pacientes estáveis e agudos

Globalmente, diferir lesões para revascularização é seguro tanto com FFR quanto com iFR, associando-se a uma baixa taxa de eventos (de aproximadamente 4%). As lesões foram mais frequentemente diferidas quando se utilizou iFR para a avaliação funcional que quando se utilizou FFR. As lesões diferidas apresentaram significativamente mais eventos nos pacientes agudos que nos crônicos estáveis.

Nuevo dispositivo para medición del FFR permite cruzar la lesión con nuestra guía preferidaInvestigou-se a segurança de diferir as lesões nas populações randomizadas (n = 4.486) do DEFINE-FLAIR (Functional Lesion Assessment of Intermediate Stenosis to Guide Revascularization) e do iFR-SWEDEHEART (Instantaneous Wave-Free Ratio Versus Fractional Flow Reserve in Patients With Stable Angina Pectoris or Acute Coronary Syndrome).

 

Os pacientes foram estratificados de acordo com o fato de a decisão de revascularização ter sido tomada com iFR ou FFR e em função da apresentação clínica (síndromes coronarianas agudas e crônicas estáveis).


Leia também: Preditores de alterações de condução que indicam necessidade de marca-passo de forma tardia.


O desfecho primário foi uma combinação de eventos adversos maiores (mortalidade por qualquer causa, infarto não fatal e revascularização não planejada em um ano).

 

A revascularização coronariana foi diferida em 2.130 pacientes (globalmente), dentre os quais em 1.117 (55%) o diferimento foi definido por iFR e em 1.013 (45%) por FFR (p < 0,01).


Leia também: Monitoramento ambulatorial contínuo em pacientes com bloqueio do ramo esquerdo pós-TAVI.


Em um ano, os eventos combinados na população que apresentou vasos que foram diferidos foi similar no grupo iFR e FFR (4,12% vs. 4,05; p = 0,6). A apresentação clínica como síndrome coronariana aguda se associou a mais eventos na população diferida em comparação com os pacientes crônicos estáveis (5,91% vs. 3,64%; p = 0,04), respectivamente.

 

Conclusão

Diferir a revascularização é igualmente seguro com a utilização de FFR ou iFR, com uma taxa baixa de eventos (aproximadamente 4%). Mais lesões foram diferidas com a utilização do iFR. Ao diferir lesões, os pacientes cursando uma síndrome coronariana aguda apresentam mais eventos combinados que os pacientes com angina crônica estável.

 

Título original: Safety of the Deferral of Coronary Revascularization on the Basis of Instantaneous Wave-Free Ratio and Fractional Flow Reserve Measurements in Stable Coronary Artery Disease and Acute Coronary Syndromes.

Referência: Javier Escaned et al. J Am Coll Cardiol Intv 2018; 11:1437–49.


Subscreva-se a nossa newsletter semanal

Receba resumos com os últimos artigos científicos

Sua opinião nos interessa. Pode deixar abaixo seu comentário, reflexão, pergunta ou o que desejar. Será mais que bem-vindo.

Mais artigos deste autor

Doença coronariana em estenose aórtica: dados de centros espanhóis em cirurgia combinada vs. TAVI + angioplastia

O implante valvar percutâneo (TAVI) demonstrou em múltiplos estudos randomizados uma eficácia comparável ou superior à da cirurgia de revascularização miocárdica (CRM). No entanto,...

Evolução das válvulas balão-expansíveis pequenas

Os anéis aórticos pequenos (20 mm) têm se constituído em um verdadeiro desafio, tanto em contexto de cirurgia como em implante percutâneo da valva...

TCT 2024 | FAVOR III EUROPA

O estudo FAVOR III EUROPA, um ensaio randomizado, incluiu 2000 pacientes com síndrome coronariana crônica ou síndrome coronariana aguda estabilizada e lesões intermediárias. 1008...

TCT 2024 – ECLIPSE: estudo randomizado de aterectomia orbital vs. angioplastia convencional em lesões severamente calcificadas

A calcificação coronariana se associa à subexpansão do stent e a um maior risco de eventos adversos, tanto precoces quanto tardios. A aterectomia é...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

Estudo TRI-SPA: Tratamento borda a borda da valva tricúspide

A insuficiência tricúspide (IT) é uma doença associada a alta morbimortalidade. A cirurgia é, atualmente, o tratamento recomendado, embora apresente uma elevada taxa de...

Estudo ACCESS-TAVI: Comparação de dispositivos de oclusão vascular após o TAVI

O implante transcatéter da valva aórtica (TAVI) é uma opção de tratamento bem estabelecida para pacientes idosos com estenose valvar aórtica severa e sintomática....

Tratamento endovascular da doença iliofemoral para melhorar a insuficiência cardíaca com FEJ preservada

A doença arterial periférica (EAP) é um fator de risco relevante no desenvolvimento de doenças de difícil tratamento, como a insuficiência cardíaca com fração...