Este trabalho mostrou que a ablação septal percutânea em pacientes com cardiomiopatia hipertrófica sintomática é segura (além de melhorar os sintomas dos pacientes) e proporciona uma excelente sobrevida a longo prazo.
O infarto induzido com álcool para tratar a cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva sintomática está questionado já que, embora possa aliviar os sintomas agudos, também pode aumentar a mortalidade a longo prazo.
Este trabalho reportou a sobrevida a longo prazo após este procedimento – no mínimo controverso – com a evidência que tínhamos até agora.
Entre o os anos 2000 e 2017 realizou-se ablação septal com álcool em 952 pacientes (idade média 55,7 ± 14,9 anos; 59,2% homens; 73,3% em classe funcional III ou IV; 50,3% com antecedentes de síncope e em 10,3% algum familiar tinha sofrido morte súbita).
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O seguimento clínico em período de 6.0 ± 5.0 anos foi alcançado em todos os pacientes.
Foram injetados 2,1 ± 0,4 cc de álcool que produziu uma elevação da CK de 872 ± 489 U/l. Dois pacientes faleceram (0,21%) 3 dias e 33 dias após o procedimento. Cem pacientes requereram marca-passo definitivo (10,5%).
Os parâmetros do ecocardiograma foram muito significativos com reduções de 63,9 ± 38,2 mm Hg a 33,6 ± 29,8 mm Hg em repouso e de 104,6 ± 44,0 mm Hg a 56,5 ± 41,0 mm Hg com Valsalva (p < 0,0001, para ambos).
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Durante o seguimento 17,2% dos pacientes foram submetidos a nova ablação como parte de um procedimento programado em etapas. 1,9% finalmente recebeu miomectomia septal cirúrgica e 5,1% dos pacientes requereram cardiodesfibrilador implantável.
Durante o seguimento 70 pacientes faleceram, embora em 50 deles a causa tenha sido identificada como não cardiovascular.
A sobrevida estimada em 5 anos foi de 95,8%, em 10 anos de 88,3% e em 15 anos de 79,7%, o que é um excelente número e atesta a segurança do procedimento.
Conclusão
Neste trabalho a embolização septal com álcool provou ser um procedimento seguro em pacientes com cardiomiopatia hipertrófica sintomática e pode ser considerada uma alternativa à miomectomia cirúrgica. A sobrevida a longo prazo foi muito satisfatória.
Título original: Survival After Alcohol Septal Ablation in Patients With Hypertrophic Obstructive Cardiomyopathy.
Referência: Angelika Batzner et al. J Am Coll Cardiol 2018;72:3087–94.
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