Gentileza do Dr. Carlos Fava.
O acesso de escolha no TAVI é o femoral (TF), mas há inúmeras ocasiões em que dito acesso não é factível. Por isso devemos utilizar outros acessos, como o transsubclávio / axilar (TS/TAX), o apical, o transcava, o transcarotídeo (TC) ou o transaórtico. Atualmente dispomos de poucos estudos que analisem estes acessos, motivo pelo qual faz-se difícil determinar qual deles é preferível em cada pacientes.
Neste estudo, foram analisados 63.581 pacientes que receberam TAVI entre 2015 e 2018. Dentre todos os procedimentos realizados, 3.628 foram realizados por acesso não femoral e receberam válvula SAPIENS 3 (5,7%). Dentro deste grupo, 1.815 foram feitos por acesso transapical ou transaórtico (TA/TAO), 1.249 por acesso TS/TAX e 242 por TC.
Analisaram-se os resultados dos acessos TF, TS/TAX e TA/TAO.
A idade média foi de 80 anos. Os pacientes que receberam TAVI por acesso femoral apresentaram menos comorbidades.
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O sucesso do implante foi de 97,4% por acesso TF, 97,3% por TS/TAX e 96,8% por TA/TAO. O procedimento sob sedação consciente foi mais frequente nos acessos TF.
Constatou-se menos dias de internação – tanto em unidade coronariana como em sala de cuidados gerais –no grupo TF (2 dias), seguido pelo grupo TS/TAX (3 dias) e pelo grupo TA/TAO (6 dias).
Após 30 dias de seguimento a mortalidade foi de 2,4% para o grupo TF, de 5,4% para TS/TAX e de 8,5% para TA/TAO. A presença de AVC foi mais frequente no acesso TS/TAX e a ocorrência de nova fibrilação atrial e necessidade de diálise ocorreu mais frequentemente no acesso TA/TAO. Não houve diferenças em termos de sangramento maior que comprometesse a vida nem em termos de complicações vasculares.
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Foi feito um propensity score matching entre o acesso TS/TAX e TA/TAO. Os pacientes que receberam TAVI por acesso TS/TAX evidenciaram menor mortalidade após 30 dias (5,3% vs. 8,4%; p < 0,01) e menor estadia hospitalar. Apresentaram, no entanto, maior taxa de AVC (6,3% vs. 3,1%; p < 0,05).
Observou-se que com o passar do tempo houve uma diminuição do acesso TA/TAP e TC e um aumento do TS/TAX.
Conclusão
A via TS/TAX começou a ser o acesso alternativo mais frequente para as válvulas expansíveis por balão. A evolução do TAVI por acesso TS/TAX parece ser positiva apesar da experiência relativamente limitada dos centros que a realizam.
Gentileza do Dr. Carlos Fava.
Título original: Outcomes Following Subclavian and Axillary Artery Access for Transcatheter Aortic Valve Replacement Society of the Thoracic Surgeons/American College of Cardiology TVT Registry Report.
Referência: Thom G. Dahle, et al. J Am Coll Cardiol Intv 2019;12:662–9
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