O melhor anticoagulante em FA pós-TAVI

Os anticoagulantes diretos se associaram a uma menor mortalidade a longo prazo em pacientes com fibrilação atrial que recebem alta após o TAVI em comparação com os clássicos antagonistas da vitamina K

El mejor anticoagulante en fibrilación auricular post TAVI

O objetivo deste trabalho publicado no JACC Interv foi comparar os resultados a longo prazo entre os clássicos antagonistas da vitamina K e os novos anticoagulantes diretos em pacientes com fibrilação atrial que recebem implante percutâneo da valva aórtica (TAVI).  

Embora se trate de um subgrupo heterogêneo de pacientes, em geral todos compartilham um risco mais elevado de eventos. Entre esses eventos está o sangramento. A combinação de fibrilação atrial e TAVI torna mais difícil balancear o risco/benefício dos diferentes esquemas de anticoagulação

O registro OCEAN incluiu prospectivamente 2588 pacientes que foram submetidos a TAVI, dentre os quais 403 apresentavam fibrilação atrial e receberam alta com indicação de anticoagulação. 

A idade média da população foi de 84,4 ± 4,7 anos e o escore CHA2DS2-VASc foi de 5,1 ± 1,1. A população foi seguida por quase 2 anos e utilizou-se propensity score para balancear as características basais. 


Leia também: Os betabloqueadores devem ser tomados por toda a vida após um infarto?


O grupo que recebeu anticoagulantes diretos mostrou significativamente menor mortalidade que aqueles que receberam antagonistas da vitamina K (10,3% vs. 23,3%; HR: 0,391; IC 95%: 0,204 a 0,749; p = 0,005).

Conclusão

Os anticoagulantes diretos se associaram a menor mortalidade nos pacientes com fibrilação atrial que são submetidos a TAVI em comparação com os antagonistas da vitamina K. 

j-jcin-2020-09-013free

Título original: Direct Oral Anticoagulants Versus Vitamin K Antagonists in Patients With Atrial Fibrillation After TAVR.

Referencia: Hideyuki Kawashima et al. JACC Cardiovasc Interv. 2020 Nov 23;13(22):2587-2597. doi: 10.1016/j.jcin.2020.09.013.


Subscreva-se a nossa newsletter semanal

Receba resumos com os últimos artigos científicos

Mais artigos deste autor

Remodelamento cardíaco após a oclusão percutânea da CIA: imediato ou progressivo?

A comunicação interatrial (CIA) é uma cardiopatia congênita frequente que gera um shunt esquerda-direita, com sobrecarga de cavidades direitas e risco de hipertensão pulmonar...

É realmente necessário monitorar todos os pacientes após o TAVI?

Os distúrbios de condução (DC) posteriores ao implante percutâneo da valva aórtica (TAVI) constituem uma complicação frequente e podem incidir na necessidade de um...

Valvoplastia aórtica radial: vale a pena ser minimalista?

A valvoplastia aórtica com balão (BAV) foi historicamente empregada como estratégia de “ponte”, ferramenta de avaliação ou inclusive tratamento paliativo em pacientes com estenose...

Fibrilação atrial após oclusão percutânea do forame oval patente: estudo de coorte com monitoramento cardíaco implantável contínuo

A fibrilação atrial (FA) é uma complicação bem conhecida após a oclusão do forame oval patente (FOP), com incidência relatada de até 30% durante...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

Assista novamente: Embolia Pulmonar em 2025 — Estratificação de Risco e Novas Abordagens Terapêuticas

Já está disponível para assistir o nosso webinar “Embolia Pulmonar em 2025: Estratificação de Risco e Novas Abordagens Terapêuticas”, realizado no dia 25 de...

Um novo paradigma na estenose carotídea assintomática? Resultados unificados do ensaio CREST-2

A estenose carotídea severa assintomática continua sendo um tema de debate diante da otimização do tratamento médico intensivo (TMO) e a disponibilidade de técnicas...

Remodelamento cardíaco após a oclusão percutânea da CIA: imediato ou progressivo?

A comunicação interatrial (CIA) é uma cardiopatia congênita frequente que gera um shunt esquerda-direita, com sobrecarga de cavidades direitas e risco de hipertensão pulmonar...