Tanto as próteses fenestradas como as ramificadas podem tratar efetivamente pacientes nos quais a endoprótese original falhou por apresentar um endoleak tipo 1 significativo. Isso não só implica um custo em termos de dispositivos mas também de vários procedimentos endovasculares e cirúrgicos subsequentes.
O fracasso em uma endoprótese para tratar um aneurisma de aorta abdominal infrarrenal devido ao desenvolvimento de um leak tipo 1A expõe os pacientes à pressurização do saco com o conseguinte risco de ruptura. Os leaks tipo 1 devem ser tratados, diferentemente do que ocorre com os leaks tipo 2, que podem gerar controvérsias.
O objetivo deste trabalho foi avaliar os resultados das próteses fenestradas/ramificadas para o tratamento dos leaks tipo 1A.
Entre 2010 e 2019 foram incluídos 85 pacientes consecutivos que receberam uma prótese fenestrada/ramificada após o fracasso de uma prótese convencional. O desfecho do estudo foi a liberdade de reintervenções e a morte relacionada.
Em 30 casos (35%) a prótese original foi implantada em um colo hostil (por muito curto (< 10 mm) ou angulado (> 60 graus)). Outras razões menos frequentes foram o mal implante da prótese original, erro no diâmetro do dispositivo escolhido ou migração da prótese.
Os endoleaks tipo 1A foram observados após um período de 59 ± 25 meses depois da realização do implante da prótese original. Para solucionar o problema foram utilizadas 82 próteses fenestradas e 3 próteses ramificadas. O sucesso técnico global foi de 94% com 1 endoleak tipo 1A persistente e 2 falhas no implante da nova prótese.
A mortalidade intra-hospitalar foi de 5% além do fato 4 de pacientes terem apresentado isquemia espinhal, uma das complicações mais temidas neste tipo de procedimentos.
Após 3 anos de seguimento observou-se uma sobrevida de 64% e apenas 40% de liberdade de qualquer reintervenção ou morte relacionada com o aneurisma. Apesar do anteriormente afirmado, a perviedade secundária dos vasos viscerais alcançou 96% em 3 anos.
6 pacientes tiveram que ser submetidos a cirurgia convencional apesar de todos os esforços.
Conclusão
As próteses fenestradas/bifurcadas são um tratamento efetivo quando as próteses convencionais falham por endoleak tipo 1A, embora os custos dos dispositivos possam ser elevados.
Título original: Prospective Multicentre Cohort Study of Fenestrated and Branched Endografts After Failed Endovascular Infrarenal Aortic Aneurysm Repair with Type Ia Endoleak.
Referência: Aurélien Hostalrich et al. Eur J Vasc Endovasc Surg. 2021 Aug 4;S1078-5884(21)00525-6. Online ahead of print. doi: 10.1016/j.ejvs.2021.06.019.
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