Qual é a melhor estratégia no território femoropoplíteo em lesões de complexidade moderada?

A angioplastia é, na atualidade, o tratamento de preferência no território femoropoplíteo e os balões eluidores de fármaco (DCB) têm demonstrado uma boa performance. Contudo, ainda não está cabalmente demonstrado se são superiores à utilização de stents periféricos autoexpansíveis (BMS).

¿Cuál es la mejor estrategia en el territorio femoropoplíteo en lesiones de moderada complejidad?

Foi feita uma comparação entre os estudos randomizados IN.PACT SFA I/II e o IN.PACT JAPAN que incluíram 288 pacientes vs. os registros prospectivos Complete SE e DURABILITY II, com 483 sujeitos analisados.

O desfecho de eficácia (DE) foi a perviedade primária definida como TLR dirigida pela clínica ou liberdade de reestenose em 12 meses. 

As populações foram similares, a idade média foi de 68 anos, a população esteve constituída em 65% por homens, 90% apresentou hipertensão, 40% diabetes, 6% de dependência à insulina, 34% de tabagismo e 50% de doença coronariana. 

96% dos pacientes estavam em classe funcional 2-3 de Rutherford. Em 96% dos casos, o procedimento foi levado a cabo somente na femoral superficial, em 2,5% na poplítea e em 1,5% em ambas. O comprimento da lesão foi de 80 mm, 33% foram oclusões totais e a estenose residual foi maior nos DCB (20% vs. 17,1%; p < 0,01).

Leia também: Angioplastia do tronco da coronária esquerda: evolução e resultados no decorrer do tempo.

O DE foi favorável aos DCB (90,4% DCB vs. 80,9% BMS; p = 0,007). Em 36 meses a liberdade de TLR dirigida por isquemia também esteve a favor do grupo DCB (85,6% DCB vs. 73,7% BMS; p = 0,001), bem como a presença de MAE (25,3% DCB vs. 38,8% BMS; p < 0,001).

Não houve diferença em 3 anos de seguimento em termos de mortalidade por qualquer causa, amputação maior ou trombose do stent. 

Conclusão

Neste grupo de pacientes (reunidos a partir de uma análise ajustada do conjunto de diferentes estudos), os balões eluidores de fármaco demonstraram uma maior perviedade, menor necessidade de revascularização e MAE sem diferença estatística em termos de mortalidade, amputação ou trombose do stent em comparação com stents convencionais. Esta análise respalda a utilização de balões eluidores de fármaco em lesões de complexidade moderada – passíveis de tratamento com ambas as estratégias – no território femoropoplíteo.

Dr. Carlos Fava - Consejo Editorial SOLACI

Dr. Carlos Fava.
Membro do Conselho Editorial da SOLACI.org.

Título Original: Comparison of Drug-Coated Balloons vs Bare-Metal Stents in Patients With Femoropopliteal Arterial Disease.

Referência: Mehdi H. Shishehbor, et al. J Am Coll Cardiol 2023;81:237–249.


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