Entrevista exclusiva com Dr. Henrique Ribeiro sobre seu artigo: Obstrução coronária pós TAVI

Recentemente uma revisão e metanálise sobre obstrução coronária após o implante de TAVI foi publicada na revista JAAC. Este artigo foi motivo de uma aula no TCT 2013 ministrada pelo Dr. Henrique Ribeiro (autor principal deste estudo). Segue abaixo o resumo do estudo e a entrevista com o dr. Henrique:

Obstrução coronária pós TAVI

Fundamentos e Objetivos: A obstrução coronária é uma complicação descrita relacionada ao implante percutâneo da valva aórtica (TAVI), existem poucos dados na literatura médica sobre essa complicação. Este estudo  teve como objetivo avaliar os fatores associados e a ocorrência de obstrução coronária relacionada a TAVI.

Métodos: Registro multicêntrico com 6688 pacientes submetidos a TAVI, destes 44 pacientes apresentaram obstrução coronária sintomática (0,66%).

Resultados e conclusões: As variáveis clínicas basais e do procedimento que se correlacionaram com a obstrução coronária pós TAVI foram: idade avançada , sexo feminino, ausência previa de revascularização miocárdica, utilização de valva expansível por balão e  prótese biológica cirúrgica prévia.A artéria coronária esquerda (ACE) foi  mais comumente envolvida (88,6%). A média de altura do óstio da ACE e diâmetro do seio de valsalva foram menores nos pacientes com obstrução coronária,  em comparação com o grupo controle pareado (10,7 vs 13,3 ± 0,4 milímetros ± 0,3 milímetros, OR: 2,17, IC 1,62-2,90 95%, e 28,3 ± 0,8 mm vs 31,3 ± 0,6 milímetros, OR: 1,37, IC 95% 1,13-1,66). A maioria dos pacientes apresentaram hipotensão grave persistente (68,2%) e alterações no ECG (56,8%). Intervenção coronária percutânea foi realizada em 75% dos casos e foi bem sucedida em 81,8%. A mortalidade aos trinta dias foi de 40,9%. Após um seguimento médio de 12 (2-18) meses, a taxa de mortalidade acumulada foi de 45,5% e não houve casos de trombose do stent ou reintervenção.

Entrevista SBHCI Dr. Henrique Ribeiro sobre seu artigo

1.    Dr. Henrique vocêpublicou recentemente um registromulticêntrico sobre obstrução coronária após o implante de TAVI, avaliando as características clinicas, manejo e preditores de sua ocorrência. Você poderiasumarizarosresultados doseuestudo?

A obstrução coronária nesse registro mundial, envolvendo 81 centros, foi rara com incidência de 0.62% (44/6.688).Além disso, verificamos que essa complicação foi mais frequente em mulheres, com as válvulas balão expansíveis, em casos de valve-in-valve, com oclusão mais frequente do óstio da artéria coronária esquerda. Em relação ao quadro clínico, os pacientes apresentaram-se mais frequentemente com hipotensão importante e mantida, além de alterações no eletrocardiograma, especialmente alterações do segmento ST (infra e supradesnivelamento). A angioplastia coronária foi tentada na grande maioria dos pacientes (75%), sendo com sucesso em ~80% deles. Além disso, através da análise dos dados de tomografia computadorizada de múltiplos detectores (TCMD)verificamos que o seio de Valsalva pequeno (< 30 mm) e a altura coronária baixa (

2.    Na sua opinião quais seriam as principais medidas para evitar essa complicação?

As principais medidas para evitar essa complicação durante a TAVI seriam em primeiro lugar realizar uma boa avaliação clínica e através de TCMD,na tentativa de identificar os pacientes com fatores clínicos e anatômicos de alto risco. Nesse sentido, em pacientes de alto risco, especialmente comóstioda artéria coronária esquerda baixo (

SBHCI
2013-10-30

Revista: J Am Coll Cardiol. Referência: J Am Coll Cardiol. 2013, doi:10.1016/j.jacc.2013.07.040

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