Implante alto das válvulas autoexpansíveis em posição aórtica ou “Cusp Overlapping”: deveria ser o novo “Gold Standard”?

O TAVI já vem demonstrando seu benefício em diferentes cenários há duas décadas. No entanto, no terreno das válvulas autoexpansíveis, um de seus desafios sempre foi a taxa elevada de necessidade de implante de marca-passo em comparação com os balões expansíveis e com a cirurgia de substituição valvar. 

Implante alto de las válvulas autoexpandibles en posición aórtica

Por dito motivo, entrou em cena a estratégia de implante alto ou cusp overlapping, que demonstrou em diferentes análises uma menor necessidade de marca-passo definitivo após o implante. Porém, na atualidade contamos somente com estudos menores, nenhum deles randomizados ou de grande magnitude. 

Por isso, foi realizada uma metanálise com 11 estudos (não randomizados), na qual foram incluídos 3207 pacientes. Dentre eles, 1464 (45,6%) utilizaram a estratégia de cusp overlapping (COVL) e 1743 usaram a estratégia de implante coplanar de 3 cúspides (COP).

O desfecho primário (DP) foi a necessidade de MCPD. 

O DP foi favorável à estratégia COVL (OR 0,48; 95% CI 0,33–0,70; p = 0,001). Observou-se ainda um implante mais alto do que o recomendado pela estratégia COP (mean difference −0,83; 95% CI 1,2 a 0.45; p < 0,001).

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Não foi observada diferença estatisticamente significativa na presença de novo BCRE, regurgitação paravalvar moderada ou severa, necessidade de segunda válvula, AVC, mortalidade, conversão a cirurgia, obstrução coronariana e gradiente após o implante. 

Conclusão

No TAVI com válvulas autoexpansíveis, o implante com COVL se associou a menor risco de marca-passo definitivo em comparação com a estratégia COP, sem incremento do risco de eventos adversos. 

Dr. Carlos Fava - Consejo Editorial SOLACI

Dr. Carlos Fava.
Membro do Conselho Editorial da SOLACI.org.

Título Original: Cusp‐overlap versus coplanar view in transcatheter aortic valve implantation with self‐expandable valves: A meta‐analysis of comparative studies.

Referência: Michel Pompeu Sá, et al. Catheter Cardiovasc Interv. 2023;101:639–650.


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