Stent eluidor de everolimus a 3 anos, a maior segurança foi a chave da diferença.

Título original: Everolimus-eluting stents in patients undergoing percutaneous coronary Intervention: Final 3-year results of the Clinical Evaluation of the XIENCE V Everolimus Eluting Coronary Stent System in the Treatment of Subjects With de Novo Native Coronary Artery Lesions trial. Referência: Sorin J. Brener et al. Am Heart J 2013;0:1-8.

O stent XIENCE (Abbott Vascular, Santa Clara, CA) é um stent farmacológico de 2° geração com uma plataforma de cromo cobalto que libera everolimus desde um flúor polímero permanente. O maior estudo randomizado até o momento que avaliou este stent foi o SPIRIT IV e este é o relatório final com o seguimento a 3 anos.

O SPIRIT IV incluiu 3687 pacientes com até 3 lesões em 1 ou 2 artérias coronárias epicárdicas randomizados 2:1 a stent eluidor de everolimus ou stent eluidor de paclitaxel. O desfecho primário foi a falha da lesão alvo (um combinado de segurança e eficácia que incluiu morte cardíaca, infarto relacionado ao vaso e revascularização da lesão guiada por isquemia).

Um terço dos pacientes eram diabéticos e perto de 30% ingressou ao estudo por angina instável. As características basais da população estiveram bem equilibradas. A 3 anos, o desfecho primário ocorreu em 9,2% dos pacientes que receberam o stent eluidor de everolimus vs 11,7% dos que receberam o stent eluidor de paclitaxel (HR 0.78, 0.63 a 0.97; p=0,02). A redução absoluta do risco a 3 anos foi de 2,5% com um número necessário a tratar de 40 pacientes.

O combinado de morte e infarto foi de 5.9% vs 9.1% respectivamente (p=0,001), observando uma redução  de 33% na incidência de infarto relacionado ao vaso com o stent eluidor de everolimus. A maior diferença observou-se com a redução de 64% na trombose do stent (definitiva ou provável) com XIENCE. 

Ao contrário do descrito acima,  a revascularização da lesão guiada por isquemia a 3 anos não atingiu a significação estatística com 6,2% vs 7,8% (p=0,06) respectivamente. No subgrupo de pacientes diabéticos, não se observou diferença de efeito com XIENCE entre os que precisavam insulina e os que não.

Conclusão:

O stent eluidor de everolimus associou-se com uma taxa significativamente menor de morte cardíaca, infarto e trombose do stent a 3 anos que o stent eluidor de paclitaxel.

Comentário editorial

A vantagem do stent eluidor de everolimus foi baseada em um melhor perfil de segurança más que em uma maior eficácia. 

SOLACI.ORG

Mais artigos deste autor

Tratamento antiplaquetário dual em pacientes diabéticos com IAM: estratégia de desescalada

A diabetes mellitus (DM) é uma comorbidade frequente em pacientes hospitalizados por síndrome coronariana aguda (SCA), cuja prevalência aumentou na última década e se...

COILSEAL: Utilização de coils na angioplastia coronariana: uma ferramenta de valor nas complicações?

A utilização de coils como ferramenta de oclusão vascular tem experimentado uma expansão progressiva, partindo de seu uso tradicional em neurorradiologia até incorporar-se ao...

Tratamento da reestenose intrastent em vasos pequenos com balões recobertos de paclitaxel

A doença arterial coronariana (DAC) em vasos epicárdicos de menor calibre se apresenta em 30% a 67% dos pacientes submetidos a intervenção coronariana percutânea...

Perfurações coronarianas e o uso de stents recobertos: uma estratégia segura e eficaz a longo prazo?

As perfurações coronarianas continuam sendo uma das complicações mais graves do intervencionismo coronariano (PCI), especialmente nos casos de rupturas tipo Ellis III. Diante dessas...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

Tratamento antiplaquetário dual em pacientes diabéticos com IAM: estratégia de desescalada

A diabetes mellitus (DM) é uma comorbidade frequente em pacientes hospitalizados por síndrome coronariana aguda (SCA), cuja prevalência aumentou na última década e se...

COILSEAL: Utilização de coils na angioplastia coronariana: uma ferramenta de valor nas complicações?

A utilização de coils como ferramenta de oclusão vascular tem experimentado uma expansão progressiva, partindo de seu uso tradicional em neurorradiologia até incorporar-se ao...

Tratamento da reestenose intrastent em vasos pequenos com balões recobertos de paclitaxel

A doença arterial coronariana (DAC) em vasos epicárdicos de menor calibre se apresenta em 30% a 67% dos pacientes submetidos a intervenção coronariana percutânea...