Título original: Scaffold Thrombosis After Percutaneous Coronary Intervention With ABSORB Bioresorbable Vascular Scaffold. A Systematic Review and Meta-Analysis. Referência: Michael J. Lipinski et al. J Am Coll Cardiol Intv. 2016;9(1):12-24.
Os autores deste trabalho realizaram uma revisão sistemática e posterior metanálise com o objetivo de determinar o risco de trombose da plataforma bioabsorvível eluidora de everolimus ABSORB (Abbott Vascular, Santa Clara, Califórnia).
A angioplastia com estes novos dispositivos tem um grande potencial apesar de recentemente haver surgido certa preocupação com respeito ao risco de trombose.
A análise incluiu 10.510 pacientes (8.351 com plataformas bioabsorvíveis e 2.159 com stents farmacológicos) com um seguimento médio de 6,4 ± 5,1 meses. A maioria dos pacientes (59%) recebeu o procedimento no contexto de uma síndrome coronária aguda.
Entre os pacientes que receberam a plataforma bioabsorvível, a morte cardiovascular ocorreu em 0,6% dos casos, o infarto agudo do miocárdio em 2,1%, a revascularização da lesão alvo em 2% e a trombose definitiva/provável em 1,2%, a maioria tromboses subagudas com 0,57% do total.
A metanálise demonstrou que os pacientes que receberam plataformas bioabsorvíveis apresentaram maior risco de infarto agudo do miocárdio (OR: 2,06, IC 95% 1,31 a 3,22; p = 0,002) e trombose definitiva/provável (OR: 2,06, IC 95% 1,07 a 3,98; p = 0,03) comparando-se com os pacientes que receberam stents farmacológicos. Por outro lado, observou-se uma tendência a menor mortalidade por qualquer causa com a plataforma bioabsorvível (OR: 0,40, IC 95% 0,15 a 1,06, p = 0,06).
Conclusão
Os pacientes que recebem angioplastia coronária com a plataforma bioabsorvível eluidora de everolimus apresentam um maior risco de infarto agudo do miocárdio e de trombose definitiva/provável durante o seguimento comparado com os stents farmacológicos. Mais estudos com maior seguimento são necessários para determinar com maior clareza este risco.