Título original: Post-Hospital Outcomes of Patients With Acute Myocardial Infarction With Cardiogenic Shock Findings From the NCDR. Referência: Rashmee U. Shah et al. J Am Coll Cardiol. 2016;67(7):739-747.
Embora a mortalidade de um infarto em choque cardiogênico seja muito alta, há muitos pacientes que sobrevivem ao evento e recebem alta. Por enquanto sabemos muito pouco sobre o prognóstico deste grupo de pacientes para além da alta hospitalar.
O trabalho avaliou os pacientes cursando um infarto agudo do miocárdio incluídos no registro ACTION (Acute Coronary Treatment and Intervention Outcomes Network Registry–Get With The Guidelines) que sobreviveram à hospitalização. Foram utilizados modelos de risco proporcional para testar a associação entre o choque cardiogênico e os eventos depois da alta.
Dos 112.668 pacientes que sobreviveram a um infarto agudo do miocárdio e receberam alta, 5% apresentaram choque cardiogênico.
A taxa de morte foi significativamente maior naqueles que apresentaram choque cardiogênico tanto dentro de 60 dias (9,6% vs. 5,5%) como dentro do período de um ano (22,4% vs. 16,7%).
Depois de ajustar pelas características basais, o risco de morte continuou sendo maior naqueles que apresentaram choque cardiogênico dentro dos 60 dias (HR: 1,62; IC 95% 1,46 a 1,80), mas foi similar depois desse período (HR: 1,08 entre o dia 61 e o dia 365; IC 95% 1,00 a 1,18).
A taxa de re-hospitalização por qualquer causa ou morte também foi maior nos pacientes em choque no período de até 60 dias (HR: 1,28; 95% CI: 1,21 a 1,35) e depois desse período o risco se igualou ao dos pacientes que não apresentaram choque (HR: 0,95 entre o dia 61 e o dia 365; IC 95% 0,89 a 1,01).
Conclusão
Para os sobreviventes a um infarto em choque cardiogênico a taxa de morte e/ou re-hospitalização é tempo-dependente e se concentra nos primeiros 60 dias depois da alta. Após esse período o prognóstico foi similar ao dos pacientes sem choque cardiogênico.