Os pacientes diabéticos têm um risco aumentado de eventos cardiovasculares futuros após um infarto com supradesnivelamento do ST. A administração intracoronária de abciximab em bólus durante a angioplastia primária poderia ser benéfica neste subgrupo de alto risco.
Este trabalho resume os resultados clínicos e as imagens de ressonância magnética nuclear de um ano dos pacientes randomizados a abciximab intracoronário ou intravenoso durante a angioplastia primária. O desfecho primário foi uma combinação de morte ou reinfarto.
Dos 2.470 pacientes incluídos, 473 (19%) tinham diabetes e 1.997 (81%) não tinham este antecedente.
Em um ano, o desfecho primário foi significativamente reduzido nos pacientes diabéticos que receberam abciximab intracoronário comparando-se como aqueles que receberam por via endovenosa em bólus (9,2% vs. 17,6%; HR: 0,49; IC 95%: 0,28 a 0,83; p = 0,009).
O bólus intracoronário de abciximab não reduziu eventos em pacientes sem diabetes (7,4% vs. 7,5%; HR: 0,95; IC 95%: 0,68 a 1,33; p = 0,77).
Nos pacientes diabéticos, o bólus intracoronário reduziu o risco de morte (5,8% vs. 11,2%; HR: 0,51; IC 95%: 0,26 a 0,98; p = 0,043) e de trombose definitiva/provável (1,3% vs. 4,8%; HR: 0,27; IC 95%: 0,08 a 0,98; p = 0,046) comparado com o bólus endovenoso.
O índice de miocárdio salvo por ressonância aumentou significativamente nos diabéticos randomizados a abciximab intracoronário.
Conclusão
O bólus intracoronário de abciximab reduz eventos em pacientes diabéticos cursando um infarto com supradesnivelamento do segmento ST que recebem angioplastia primária.
Título original: 1-Year Outcomes With Intracoronary Abciximab in Diabetic Patients Undergoing Primary Percutaneous Coronary Intervention.
Referência: Raffaele Piccolo et al. J Am Coll Cardiol. 2016;68(7):727-738.
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