Novos guias de Hipertensão Arterial

A espera finalmente terminou: os guias de hipertensão sobre os quais se esteve trabalhando por mais de 3 anos foram revelados nas sessões científicas do American Heart Association (AHA) 2017.

 

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Como era de se esperar, após os achados do estudo SPRINT e de outros recentemente publicados, foi reduzido o objetivo de tratamento, que agora está abaixo de 130/80 mmHg.


Leia também: PRESERVE: o bicarbonato EV e a N-acetilcisteína oral não previnem a nefropatia por contraste”.


Também foram modificados vários níveis de pressão arterial que eram considerados como pré-hipertensão para o JNC 7 e agora a categoria é “pressão elevada” para os pacientes com pressão sistólica entre 120 e 129 e diastólica abaixo de 80 mmHg, hipertensão grau 1 para sistólica entre 130 e 139 mmHg e diastólica abaixo de 80 e 89 mmHg. Sistólicas acima de 140 mmHg e diastólicas acima de 90 mmHg já entram na classificação hipertensão grau 2.

 

A consequência desta reclassificação é que cerca da metade da população (45,6%) agora é hipertensa vs. 31,9% que seria segundo o critério da JNC 7.

 

Os guias estão publicados “online before print” no Hypertension e no Journal of the American College of Cardiology e culminam um processo que começou em 2013, onde foram revisados mais de 1.000 estudos. O documento resultante inclui a prevenção, detecção, avaliação e manejo de pacientes adultos com hipertensão.


Leia também: TRICS III: a transfusão restritiva foi não inferior à liberal em pacientes submetidos a cirurgia cardíaca”.


Há uma considerável ênfase na modificação do estilo de vida para além do risco cardiovascular e do nível de pressão dos pacientes.

 

Título original: 2017 ACC/AHA/AAPA/ABC/ACPM/AGS/APhA/ASH/ASPC/NMA/PCNA guideline for the prevention, detection, evaluation, and management of high blood pressure in adults.

Referência: Whelton PK et al. Hypertension. 2017; Epub ahead of print.


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