Os dados combinados dos maiores trabalhos publicados nos últimos tempos (FAME 2, Compare-Acute e DANAMI3-PRIMULTI) dão como resultado uma diferença significativa a favor do FFR em desfechos duros.
A revascularização coronariana guiada por fluxo fracionado de reserva reduz o risco de morte e infarto em comparação com a terapia médica ótima em pacientes com doença coronariana estável e instável.
O FRR diminui o risco absoluto de morte cardíaca e infarto em 4,5% em comparação com o melhor tratamento médico (HR 0,72; IC 95% 0,54 a 0,96). Ao analisarmos a mortalidade separadamente, seja por causa cardíaca ou por qualquer outra causa, não houve redução com a angioplastia, mas sim foi constatada uma redução de 29% do risco relativo de infarto nos pacientes que receberam angioplastia guiada por FFR.
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A controvérsia se produz porque a análise combinada inclui o FAME 2 com pacientes coronarianos estáveis, o Compare-Acute e o DANAMI3-PRIMULTI com pacientes que recebem uma angioplastia primária bem-sucedida e o que se avalia com FFR são o resto das lesões não culpadas.
Quando se observam as curvas de eventos, vemos uma separação a favor do FFR a partir do primeiro, segundo e terceiro ano.
A análise combinada incluiu 2.400 pacientes com doença coronariana estável, dentre os quais 1.056 receberam angioplastia guiada por FFR e 1.344 receberam tratamento médico ótimo. O DANAMI3-PRIMULTI e o Compare-Acute incluíram pacientes com infarto agudo do miocárdio que receberam angioplastia primária bem-sucedida mas que tinham lesões adicionais funcionalmente significativas. Estes pacientes estabilizados após a angioplastia primária foram randomizados a tratamento médico ótimo vs. angioplastia guiada por FFR.
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O benefício foi basicamente conduzido pela redução nos infartos e foi observada em todos os subgrupos de pacientes analisados.
Devido à diferença nas características clínicas dos pacientes do FAME2, do DANAMI3-PRIMULTI e do Compare-Acute vários especialistas foram prudentes quanto aos resultados combinados dos 3 estudos.
Alguns sugerem esperar uns dias (ao redor de uma semana) para analisar as lesões não culpadas após a angioplastia primária (quando o paciente já se estabilizou) mas a realidade é que os resultados do FFR entre o momento agudo e uns dias depois são similares.
Há pacientes nos quais o FFR é desnecessário. É o caso daqueles que apresentam angina, teste funcional positivo e um só vaso com lesão angiográfica coincidente com o território isquêmico. No entanto, infelizmente são cada vez mais frequentes os pacientes que entram na sala de cateterismo com o mesmo quadro e depois apresentam múltiplas lesões angiográficas. A pergunta que fica é: ditas lesões devem ser todas revascularizadas?
Título original: FFR-guided PCI versus medical therapy to reduce cardiac death or myocardial infarction.
Referência: Zimmermann FM, et al. EuroPCR 2018. Mayo 22, 2018. Paris, Francia.
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