Um ano após o implante, na plataforma bioabsorvível eluidora de everolimus Absorb 1.1 observou-se (com estudos realizados com tomografia de coerência ótica) a produção de uma neoíntima que cobre as placas sem uma perda significativa do lúmen. Em 5 anos, o dispositivo deveria desaparecer completamente e os potenciais componentes trombogenéticos da placa deveriam estar cobertos de endotélio e com a função vasomotora recuperada.
No entanto, existem reportes de persistência da plataforma em 5 anos e pouca informação sobre como finalmente se cicatrizou a artéria em termos de tecido neointimal e eventual neoaterosclerose, tanto no segmento tratado quanto fora dele.
Foram excluídos os pacientes que participaram do ABSORB EXTEND e que tinham imagens de OCT basais após o procedimento índice em um ano e em 5 anos. Analisou-se a distribuição das placas tanto dentro quanto fora do segmento tratado. 25% dos pacientes incluídos eram diabéticos e todos se encontravam estáveis no momento do procedimento índice.
Leia também: Cortar as valvas, uma medida extrema para evitar a oclusão coronariana pós-TAVI.
Em 5 anos se observou que em comparação com as imagens basais do procedimento índice nos segmentos tratados com a plataforma bioabsorvível havia uma maior prevalência de neoíntima rica em lipídios (17% vs. 61%; p = 0,04), maior calcificação (28% vs. 94%; p < 0,01), maior neovascularização (6% vs. 78%; p < 0,01) e mais fibroateromas com capa fina (0% vs. 22%; p = 0,02).
Nos segmentos não tratados não se observou esta progressão das placas entre o primeiro ano e os 5 anos.
Conclusão
Neste pequeno estudo se observou no seguimento de 5 anos o aparecimento e progressão de neoaterosclerose com estreitamento de lúmen nos segmentos tratados com as plataformas bioabsorvíveis de primeira geração. Dado que as esperanças desta nova tecnologia estavam postas justamente nas vantagens a longo prazo, estes achados devem ser confirmados com estudos maiores.
Título original: Neoatherosclerosis 5 Years After Bioresorbable Vascular Scaffold Implantation.
Referência: Noriaki Moriyama et al. J Am Coll Cardiol 2018;71:1882–93.
Receba resumos com os últimos artigos científicosSubscreva-se a nossa newsletter semanal
Sua opinião nos interessa. Pode deixar abaixo seu comentário, reflexão, pergunta ou o que desejar. Será mais que bem-vindo.