Na IM severa de alto risco o MitraClip tem uma mortalidade similar à cirurgia no seguimento de 5 anos

Gentileza do Dr. Carlos Fava.

A insuficiência mitral corresponde a aproximadamente 25% das valvoplastias e é um forte preditor de mortalidade na doença cardiovascular.

Um dos desafios desta doença é que como o tratamento médico responde favoravelmente durante muito tempo, é difícil estabelecer qual seria o momento indicado para realizar a intervenção sem aumentar o risco e a sobrevida.

 

A reparação mitral cirúrgica é o tratamento de escolha em operadores treinados. Atualmente a reparação mitral edge-to-edge com MitraClip é uma alternativa válida nos pacientes de alto risco.

 

Analisaram-se 568 pacientes que receberam MitraClip, 173 que foram submetidos a cirurgia e 295 a tratamento médico.


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Os pacientes que foram tratados com MitraClip pertenciam a uma faixa etária mais elevada em comparação com os outros dois grupos, bem como apresentavam maiores índices de fibrilação atrial, infartos prévios, CRM, ATC, marca-passo definitivo, STS de mortalidade e deterioro renal (eGFR < 45 ml/min). Não houve diferenças entre os que receberam tratamento médico e cirurgia.

 

A sobrevida para MitraClip em seguimento de 1, 3 e 5 anos foi de 83,8%, 61,5% e 39,8%, respectivamente; para cirurgia foi de 87,9%, 76,3% e 66%; e para tratamento médico foi de 77,3%, 55,6% e 40,5%. A sobrevida foi superior com cirurgia e MitraClip vs. tratamento médico, mas não houve diferenças entre a cirurgia e a estratégia percutânea.


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Foi feito um Propensity Score para homogeneizar a amostra. Foi possível deduzir do mesmo uma maior mortalidade no grupo de tratamentos conservadores vs. as estratégias invasivas. No entanto, não se apresentaram diferenças entre as estratégias invasivas.

 

Conclusão

Esta análise sugere uma baixa mortalidade para o MitraClip em pacientes sintomáticos de alto risco com insuficiência mitral severa em comparação com a estratégia conservadora.

 

Comentário

Esta análise do “mundo real” demonstra que a MitraClip apresenta bons resultados, com uma mortalidade similar à da cirurgia, apesar de os pacientes terem mais morbidades que os que foram submetidos a cirurgia e a tratamento conservador. Os pacientes do grupo MitraClip apresentam um resultado superior ao do tratamento médico e similar ao da cirurgia sem que isso tenha impacto negativo.  

 

Devemos começar a incluir mais em nosso arsenal terapêutico a estratégia percutânea edge-to-edge, já que a mesma vem demonstrando cada vez mais seu benefício.

 

Gentileza do Dr. Carlos Fava.

 

Título original: Survival After Mitraclip Treatment Compared to Surgical and Conservative Treatment for High-Surgical-Risk Patients With Mitral Regurgitation.

Referência: Friso Kortlandt, et al. Circ Cardiovas Interv 2018;11:e005985.DOI10.1161


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