A via de acesso radial deve ser a primeira opção em pacientes cursando uma síndrome coronariana aguda, ao passo que a bivalirudina não mostrou nenhum benefício.
O seguimento a longo prazo do estudo MATRIX (Minimizing Adverse Hemorrhagic Events by Transradial Access Site and Systemic Implementation of Angiox) confirma os resultados obtidos em 30 dias: o acesso radial chegou para ficar e todos os operadores deverão se adaptar a este paradigma.
Em um ano, do mesmo modo que em 30 dias, não se observou uma diferença significativa em termos de eventos cardiovasculares maiores entre os dois acessos (RR 0,89; IC 95% 0,80-1,00). No entanto, observou-se uma diferença significativa em eventos adversos clínicos puros (com uma redução de 13% do risco relativo), que se define como uma combinação de sangramento maior não relacionado com a cirurgia e eventos cardiovasculares maiores.
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Esta informação do MATRIX, somada a uma grande metanálise recentemente publicada que mostrou a redução da mortalidade em 30 dias fazem da artéria radial a via de acesso de escolha em pacientes cursando uma síndrome coronariana aguda.
Em 2017 os guias já tinham sido atualizados, dando ao acesso radial uma indicação classe I para os pacientes que recebem angioplastia primária.
O outro ponto deste estudo foi o uso de bivalirudina vs. heparina e inibidores da glicoproteína IIBIIIA (estes últimos a critério do operador e não de forma sistemática). A análise incluiu 3.603 pacientes e em um ano foram confirmados os resultados análogos publicados do seguimento de 30 dias: a bivalirudina não é superior em termos de redução de eventos isquêmicos ou da combinação de eventos isquêmicos e sangramentos para além do acesso utilizado. Um dado a favor da bivalirudina é que a mesma reduziu em 16% o sangramento, o que inclui uma redução de 32% dos sangramentos BARC 3 ou 5 (sangramento maior relacionado à cirurgia).
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A contrapartida ao sangramento, entretanto, é um aumento da trombose definitiva com bivalirudina (RR 1,72; 95% CI 1,02-2,91) que foi consistente em todos os estudos, mas que foi se reduzindo com o tempo, possivelmente devido aos novos e mais potentes inibidores do receptor P2Y12 administrados o mais precocemente possível e ao fato de ter se tentado manter a infusão de bivalirudina após a angioplastia.
Título original: Radial versus femoral access and bivalirudin versus unfractionated heparin in invasively managed patients with acute coronary syndrome (MATRIX): final 1-year results of a multicenter, randomized, controlled trial.
Referência: Apresentado por Marco Valgimigli no ESC 2018 de Munique e publicado simultaneamente no The Lancet.
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