Cigarros eletrônicos: não há evidência definitiva sobre seu potencial efeito cardiovascular, mas alguns sugerem prudência

Os cigarros eletrônicos poderiam trazer riscos cardíacos segundo uma nova revisão que será proximamente publicada no J Am Coll Cardiol. A evidência não é em absoluto definitiva sobre o potencial dano, mas alguns especialistas sugerem prudência em relação a seu uso até surgirem evidências mais categóricas.

Os cigarros eletrônicos foram promovidos como uma alternativa saudável ao cigarro tradicional para ajudar a abandonar o hábito tabagístico, mas ultimamente tem surgido alguma evidência de que poderiam ter efeitos cardiovasculares adversos.

 

Ditos efeitos envolvem a função endotelial, a rigidez vascular, a vasoconstrição, a frequência cardíaca, a pressão arterial, a inflamação, o estresse oxidativo e a função plaquetária (efeitos que têm sido estudados em relação aos cigarros eletrônicos). Há uma crença amplamente difundida de que os cigarros eletrônicos são seguros (tanto no que se refere ao risco cardiovascular quanto em relação ao câncer) mas a realidade é que não foram suficientemente estudados. Inclusive poderíamos dizer que não há evidência concreta que confirme que ajudam a abandonar o cigarro convencional e que somente poderiam ser considerados uma ferramenta mais para ajudar a abandonar o hábito tabagístico.


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Os cigarros eletrônicos teriam um grande potencial para a saúde pública se efetivamente ajudassem os fumantes a abandonar os cigarros convencionais. No entanto, tal potencial deve ser sopesado com os riscos a longo prazo que hoje ainda desconhecemos.

 

Foi feita uma revisão da literatura sobre 14 trabalhos (todos eles realizados em países desenvolvidos) que sugerem o possível dano e é importante enfatizar que os cigarros eletrônicos estão disponíveis na maioria dos países sem nenhum tipo de regulação.

É nossa responsabilidade informar a nossos pacientes que os cigarros eletrônicos têm elementos químicos cujos efeitos a longo prazo são desconhecidos na atualidade.


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Para aqueles que atualmente fumam talvez seja o mal menor, mas é importante ressaltar que ainda não há suficiente evidência para estarmos seguros de sua inocuidade.

 

Título original: 2018 ACC expert consensus decision pathway on tobacco cessation treatment.

Referência: Barua RS et al. J Am Coll Cardiol. 2018; Epub ahead of print.


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