É necessário contar com uma sala de cirurgia híbrida para aumentar a segurança no TAVI

Segundo este subestudo do registro FRANCE TAVI a mortalidade do implante percutâneo da valva aórtica realizado em salas de cirurgia híbridas vs. salas de hemodinâmica convencionais é similar. Estes achados respaldam a realização dos procedimentos em salas convencionais, juntamente com sua expansão, melhorando a logística e os custo de organização.

Este trabalho comparou os resultados de pacientes que receberam TAVI em laboratórios de cateterismo convencionais vs. aqueles cujos procedimentos foram realizados em salas de cirurgia híbridas. A última opção parece ser a ideal diante de qualquer complicação que possa surgir, mas as salas híbridas são escassas, caras e implicam uma logística que pode não valer a pena. A logística se refere ao fato de não ter muito sentido estar em uma sala de cirurgia híbrida sem um cirurgião cardiovascular ao lado e, já sabemos, os cirurgiões sempre têm ajudantes, instrumentadores, entre outros, o que significa maiores custos.

 

O que sim está claro em relação ao TAVI é que, diferentemente da angioplastia coronariana, deve haver um serviço de cirurgia cardiovascular de respaldo.


Leia tambémA reparação tricúspide com resultados promissores.


Todos os TAVI realizados em 48 centros da França entre janeiro de 2013 e dezembro de 2015 foram incluídos prospectivamente no registro France TAVI (French Transcatheter Aortic Valve Implantation). O desfecho primário deste estudo foi a mortalidade por qualquer causa após um ano. A mortalidade após 30 dias e após 3 anos foram consideradas desfechos secundários.

 

Um total de 12.121 pacientes foram incluídos no estudo. Dentre eles, 62% foram submetidos ao procedimento em salas de cateterismo convencionais e 38% em salas de cirurgia híbridas. As características basais foram similares entre os dois grupos.

 

Ambos os grupos apresentaram uma taxa de complicações similar e abaixo de 2%. Após múltiplos ajustes, os sangramentos maiores e as infecções foram mais altas no grupo que recebeu o procedimento em uma sala híbrida (sangramento 6,3% vs. 4,8%; infecções 6,1% vs. 3,5%; p < 0,05). Este dado chama a atenção, especialmente pelas infecções, já que, em princípio, seria de se esperar exatamente o contrário.  


Leia também: A angiografia continua sendo o método adequado para a cirurgia.


A taxa de mortalidade ajustada após 1 e 3 anos não foi diferente entre os grupos (sala de cateterismo 16,2% vs. sala de cirurgia híbrida 15,8% após 1 ano; p = 0,91 e 38,4% vs. 36,4%; p = 0,49 após 3 anos, respectivamente).

 

Conclusão

A mortalidade após 1 ano e após 3 anos é similar entre os pacientes que recebem TAVI em uma sala de cateterismo convencional vs. uma sala de cirurgia híbrida.

 

Título original: Transcatheter Aortic Valve Replacement in the Catheterization Laboratory Versus Hybrid Operating Room. Insights From the FRANCE TAVI Registry.


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