Qual teria sido o resultado do estudo FREEDOM com FFR?

O estudo FREEDOM estabeleceu claramente o benefício da cirurgia de revascularização miocárdica por sobre a angioplastia em pacientes diabéticos com lesão de múltiplos vasos. A fisiologia coronariana como guia para a revascularização tem seu máximo potencial justamente no referido grupo de pacientes e nunca se estudou seu impacto nos diabéticos especificamente. 

El estudio FREEDOM con FFR ¿Cuál hubiera sido su resultado?

Este trabalho, publicado no Circ Cardiovasc Interv, avaliou os resultados a longo prazo em pacientes diabéticos com lesões de múltiplos vasos tratados com angioplastia guiada por FFR vs. cirurgia. 

Entre 2010 e 2018 foram incluídos 4622 pacientes diabéticos que foram submetidos a uma coronariografia e foram avaliados para o estudo. O critério de inclusão foi a presença de ao menos 2 vasos com um diâmetro de estenose > 50% em que no mínimo uma lesão intermediária (de 30 a 70%) tenha sido diferida graças ao FFR. O desfecho primário foi uma combinação de morte por qualquer causa, infarto, revascularização e AVC. 

Finalmente ficaram 209 pacientes que foram submetidos a cirurgia e 209 a angioplastia guiada por FFR. 

A taxa do desfecho primário após 5 anos foi significativamente mais alta no grupo angioplastia guiada por FFR (44,5% vs. 31,9%; HR: 1,60; IC 95%: 1,15 a 2,22; p = 0,005). A diferença foi conduzida basicamente pelas revascularizações repetidas (24,9% vs. 8,2%; HR: 3,51; IC 95%: 1,93 a 6,40; p < 0,001).


Leia também: Más stents suman evidencia al esquema corto y nos acercamos al “efecto de clase”.


Quando consideramos somente morte, infarto ou AVC o resultado é praticamente idêntico (28,8% vs. 27,5%; HR: 1,05; IC 95%: 0,72 a 1,53; p = 0,81).

Isso difere do observado no estudo FREEDOM, no qual após 3,8 anos de seguimento já se evidenciou uma diferença significativa em termos de mortalidade a favor da cirurgia. 

Conclusão

Os pacientes diabéticos com lesão de múltiplos vasos tiveram benefício com a cirurgia a expensas de uma menor taxa de revascularizações em comparação com a angioplastia guiada por FFR.  

Após 5 anos de seguimento não foram observadas diferenças na combinação “dura” de morte por qualquer causa, infarto ou AVC entre a cirurgia e a angioplastia guiada por FFR. 

Título original: Coronary Artery Bypass Grafting or Fractional Flow Reserve–Guided Percutaneous Coronary Intervention in Diabetic Patients With Multivessel Disease.

Referência: Giuseppe Di Gioia et al. Circ Cardiovasc Interv. 2020;13:e009157. DOI: 10.1161/CIRCINTERVENTIONS.120.009157.


Subscreva-se a nossa newsletter semanal

Receba resumos com os últimos artigos científicos

Mais artigos deste autor

ROUTE TRAIL: DKCRUSH vs. DKRUSH Culotte em bifurcações que não são do TCE

As lesões em bifurcações coronarianas representam um desafio técnico frequente, constituindo entre 15% e 20% dos casos. Embora a técnica de stent provisional seja...

TENDERA: Comparação de oclusão radial entre acesso distal e convencional para intervenções coronarianas

O acesso radial (TRA) se consolidou como o método mais seguro para as intervenções percutâneas, sendo respaldado por dados sólidos que o comparam favoravelmente...

AHA 2024 | SUMMIT

Foi previamente demonstrado que o tratamento farmacológico para a obesidade (semaglutida) pode reduzir eventos cardiovasculares em pacientes com insuficiência cardíaca (IC) com fração de...

AHA 2024 – BPROAD

A hipertensão arterial (HTA) é a comorbidade mais frequente em pacientes com diabetes e se associa a um maior risco cardiovascular, sendo também o...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

ROUTE TRAIL: DKCRUSH vs. DKRUSH Culotte em bifurcações que não são do TCE

As lesões em bifurcações coronarianas representam um desafio técnico frequente, constituindo entre 15% e 20% dos casos. Embora a técnica de stent provisional seja...

TENDERA: Comparação de oclusão radial entre acesso distal e convencional para intervenções coronarianas

O acesso radial (TRA) se consolidou como o método mais seguro para as intervenções percutâneas, sendo respaldado por dados sólidos que o comparam favoravelmente...

Estenose aórtica assintomática: uma decisão complexa

A estenose aórtica severa assintomática continua representando um desafio importante na tomada de decisões clínicas, sobretudo devido à dificuldade frequente para identificar sintomas. Quando...