SOLACI PERIPHERAL | Correção de “Endoleak” tipo I b em paciente pós-tratamento híbrido minimamente invasivo em dissecção de aorta tipo A

Chega um novo caso do SOLACI PERIPHERAL!

Nesta oportunidade, o Dr. Daniel Zanuttini (Arg.) nos apresenta um caso sobre Correção de “Endoleak” tipo I b em paciente pós-tratamento híbrido minimamente invasivo em dissecção de aorta tipo A”. Trata-se do 8º caso clínico apresentado pelo SOLACI Perifheral. A intenção deste espaço é promover e aprofundar o intercâmbio de experiências e opiniões para continuarmos aperfeiçoando nossos conhecimentos em cardiologia intervencionista. 

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Correção de “Endoleak” tipo I b em paciente pós-tratamento híbrido minimamente invasivo em dissecção de aorta tipo A


Autor: Daniel Zanuttini (Argentina)

Contacto: danielzanuttini10@gmail.com.

Instituição: Instituto de Cardiologia de Sanatório Britânico. Rosário. Argentina


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História clínica 

  • Paciente de 57 anos, sexo masculino. Caucasiano.
  • Religião: testemunha de Jeová. 
  • Antecedentes: hipertensão arterial e dislipidemia, tratado com Losartana 100 mg + Amlodipina 5 mg/dia e Rosuvastatina 20 mg/dia. 
  • No dia 15/09/2018 o paciente consultou por dor retroesternal lancinante, com hipertensão arterial 190/120 mmHg, pulsos periféricos presentes, femoral e poplíteo esquerdos levemente diminuído. 
  • Tomografia “multislice”: aorta torácica ascendente com calibre conservado, a 2 cm de junção sinotubular, visualizamos entrada de dissecção, helicoidal, com grande dilatação em cajado aórtico (de 5,5 cm) para continuar em aorta torácica descendente até ilíaca (Fig. 1 e 2).

Fig. 1 e 2. TC “multislice” mostra dissecção tipo A (tipo I).

A dissecção da aorta tipo A é um transtorno potencialmente mortal e requer um diagnóstico rápido e preciso. Sem reparação, 75% dos pacientes morre nas primeiras 2 semanas e 90% nos seguintes 3 meses. A cirurgia reparadora é considerada a primeira opção terapêutica, com uso de dispositivo de circulação extracorpórea. 

O paciente se nega a receber transfusão de hemoderivados de terceiros, motivo pelo qual se realiza tratamento híbrido. 

Primeira etapa: é preparado enxerto em “Y” para reconstruir a circulação cerebral, com anastomose látero-terminal entre a aorta ascendente e a prótese. Esta prótese se junta com o tronco braquiocefálico e carótida comum esquerda, que são ligados em sua origem. Posteriormente, liga-se início da artéria subclávia esquerda, faz-se by-pass com prótese de 10 mm, a partir de sua porção extratorácica, e a prótese em Y anastomosada em aorta ascendente “debranching” (Fig. 3). Durante a cirurgia utilizou-se “cell saver” para a recuperação de glóbulos vermelhos. 

Por via femoral direita é implantada endoprótese torácica Talent 40x224x40 (Medtronic) da aorta torácica ascendente até início da descendente, com oclusão de “tear” proximal, sem complicações. O paciente recebe alta hospitalar no décimo dia de internação. 

Fig. 3: Enxerto em “Y” para reconstruir a circulação cerebral.

Fig. 4 Angiografia revela ótima expansão da prótese, perviedade de vasos supra-aórticos e sem perviedade do falso lúmen. 

Em TC “multislice” de controle após 60 dias o paciente apresenta expansão completa da endoprótese, diminuição de dilatação aneurismática, moderada estenose distal em relação à prótese, “endoleak” tipo I distal, com perviedade de falso lúmen. Continua em tratamento clínico.

Em nova TC “multislice” realizada em Outubro/2020, apresenta estenose significativa de luz verdadeira com maior “endoleak” tipo I distal, decidindo-se a correção com uma endoprótese Talent. 

Evolução clínica assintomática, TC “multislice” de controle, Junho/2021. 


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