As bifurcações foram, são e serão um desafio. Porém, devemos reconhecer que hoje contamos com muito mais experiência (e ferramentas) que os pioneiros da cardiologia intervencionista e os muitos mestres que escreveram a história.
Este trabalho avaliou as tendência da angioplastia em bifurcações ao longo de 10 anos, incluindo as características dos pacientes e das lesões, os dispositivos utilizados, a estratégia e as técnicas de otimização do stent.
Foram incluídos mais de 5.000 pacientes submetidos a angioplastia em uma bifurcação entre 2004 e 2015. O desfecho primário em 2 anos foi a falha do vaso alvo (combinação de morte cardíaca, infarto e qualquer revascularização).
Durante os 10 anos de duração do estudo, observou-se um contínuo aumento da complexidade dos pacientes e das lesões, múltiplos vasos, diabetes, doença renal crônica e doença do tronco da coronária esquerda (p < 0,001 para todos).
Por outro lado, o risco de falha do vaso culpado foi diminuindo de maneira contínua, com 12,3% em 2004 e 6,9% em 2015 (isto é, uma redução de quase a metade).
Leia também: A evolução dos dispositivos também impacta no Valve in Valve.
As duas variáveis que mais contribuíram nesse caminho de contínuo aperfeiçoamento foram, por um lado, os stents farmacológicos de segunda geração (algo óbvio) e, por outro, a enorme diminuição de eventos nas bifurcações verdadeiras (Medina 1.1.1 e 0.1.1).
Conclusão
As angioplastias em bifurcações durante a década passada mudaram significativamente no que se refere às características dos pacientes, das lesões, aos dispositivos, à técnica e, em última instância, aos prognósticos da população. Apesar do fato de que com o tempo foram sendo tratados pacientes e lesões mais complexos, os resultados melhoraram graças aos modernos dispositivos, à otimização da técnica e à escolha apropriada da estratégia tendo em vista cada lesão.
JAHA-121-021632Título original: Ten-Year Trends in Coronary Bifurcation Percutaneous Coronary Intervention: Prognostic Effects of Patient and Lesion Characteristics, Devices, and Techniques.
Referência: Joo Myung Lee et al. J Am Heart Assoc. 2021 Sep 21;10(18):e021632. doi: 10.1161/JAHA.121.021632.
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