Suspender o ticagrelor alguns dias antes da cirurgia teve um resultado não inferior a esperar 5 ou 6 dias em termos de sangramento em pacientes cursando uma síndrome coronariana aguda (SCA) que requerem cirurgia de revascularização miocárdica. Os pacientes que esperaram mais tempo tiveram mais eventos isquêmicos e uma estadia hospitalar mais prolongada.
As atuais diretrizes americanas recomendam esperar ao menos 5 dias para levar à sala de cirurgia pacientes cursando uma SCA que tinham sido tratados com ticagrelor na admissão; já os guias europeus recomendam apenas 3 dias.
O RAPID CABG incluiu 143 pacientes cursando uma SCA (93% deles com doença de múltiplos vasos) nos quais se considerou a cirurgia como a estratégia mais adequada. Os pacientes foram randomizados a entrar na sala de cirurgia entre 2 e 3 dias vs. 5 a 7 dias após a suspensão do ticagrelor.
O tempo médio para a cirurgia foi de 3 dias no ramo precoce e 6 dias no braço tardio.
O desfecho primário de sangramento severo (BARC 3-4) teve uma proporção similar nos dois grupos (4,6% vs. 5,2%; p = 0,0253). Com ditos resultados, a estratégia rápida alcançou a não inferioridade.
Nenhum paciente do ramo precoce teve recorrência anginosa nos 2 dias de espera. Algo muito diferente ocorreu com o braço que esperou mais tempo: observou-se 8,7% de eventos isquêmicos, incluindo um infarto.
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A estadia hospitalar também se reduziu no ramo cirurgia precoce (9 vs. 12 dias).
Título original: A randomized study of early vs. delayed coronary artery bypass surgery among patients with acute coronary syndromes treated with ticagrelor: the RAPID CABG study.
Referência: So DYF et al. Presentado durante las sesiones científicas del AHA 2021.
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