O TAVI já demonstrou seu benefício em pacientes de alto risco e de risco intermediário, mas nos estudos randomizados iniciais apresentava uma taxa de complicações vasculares e de necessidade de implante de marca-passos maior que a cirurgia. Isso seguramente diminuirá com a maior experiência dos operadores e o melhor design dos dispositivos.
Este é um estudo randomizado 1:1 no qual foram incluídos 458 pacientes que foram tratados com TAVI e 455 submetidos a cirurgia de substituição da valva aórtica (SAVR).
O desfecho primário (DP) foi mortalidade por qualquer causa em um ano.
Não houve diferenças entre os grupos. A idade média foi de 81 anos, com uma população composta por 53% de homens, com um BMI de 27%, um escore STS de mortalidade de 26%, 13% de população frágil, 30% de doença coronariana. A fração de ejeção foi de 57% e a AVAO foi de 0,70 cm2.
O tempo médio a partir da randomização foi de 40 dias para o TAVI e de 37 para a SAVR.
Não houve diferença no DP em um ano (4,6 para TAVI vs. 6,6% para SAVR (adjusted absolute risk difference −2,0% [1-sided 97,5% CI,-∞ a 1,2%]), mostrando que o TAVI não é inferior à SAVR (p < 0,001 para não inferioridade).
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A presença de sangramento maior tanto em 30 dias como em um ano foi menor no TAVI, mas as complicações vasculares foram maiores em ambos os períodos.
A necessidade de marca-passo definitivo em 30 dias e em um ano foi maior no TAVI (11% vs. 6,7%; p = 0,1 e 14,2 vs. 7,3; p < 0,001), sem haver diferença na taxa de AVC em ambos os períodos.
Não houve diferença no gradiente, na área ou na presença de regurgitação severa.
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Em ambos os grupos houve melhora da classe funcional e da qualidade de vida.
Conclusão
Nos pacientes de 70 anos ou mais com estenose aórtica severa sintomática com risco cirúrgico moderadamente elevado, o TAVI não foi inferior à cirurgia com relação à mortalidade por qualquer causa em um ano.
Dr. Carlos Fava.
Membro do Conselho Editorial da SOLACI.org.
Referência: William Toff, et al. JAMA. 2022;327(19):1875-1887.
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