A ATP da femoral comum começa a ser uma opção válida

Gentileza do Dr. Carlos Fava.

A artéria femoral comum sempre foi patrimônio da cirurgia, muito embora na atualidade, com o desenvolvimento dos novos stents e com o crescimento das intervenções percutâneas, a angioplastia esteja começando a ser uma opção nesse território. No entanto, os dados disponíveis para executar esta segunda opção de forma segura ainda são escassos.

La ATP de la femoral común comienza a ser una opción válida

O Estudo TECCO é multicêntrico, randomizado 1:1 a stent ou cirurgia para lesões na artéria femoral comum (FC).

 

Foram incluídos pacientes que apresentavam lesões severas na FC e claudicação intermitente sintomática (classificação de Rutherford 3-6). Foram excluídos os que apresentavam trombose, reestenose e lesões severas não ateromatosas (traumáticas, inflamatórias ou displásicas). As lesões da femoral superficial se classificam em:

  1. Tipo I: ilíaca externa estendendo-se até a FC;
  2. Tipo II: limitada à FC;
  3. Tipo III: FC estendendo-se até a bifurcação;
  4. Tipo IV: reestenose (estes dois últimos tipos foram excluídos).

 

O desfecho primário (DP) foi a taxa de mortalidade e mobilidade em 30 dias (que incluiu complicações locais e gerais), hospitalização prolongada e reintervenção. O desfecho clínico (DC) foi a melhora em uma categoria de Rutherford, a resolução das lesões tróficas ou a resolução da dor em repouso.


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Foram incluídos 56 pacientes que receberam stents e 61 que foram submetidos a cirurgia. As características das duas populações foram bem balanceadas.

 

O sucesso do procedimento foi de 100% para os pacientes randomizados a cirurgia e de 94,6% aqueles que receberam stent (3 requereram conversão a cirurgia).

 

Em 30 dias o DP foi maior para a cirurgia (26% vs. 12,5%; p = 0,05), guiado por maior mortalidade (complicações locais relacionadas à cirurgia) e dias de internação (3,2 ± 2,9 vs. 6,3 ± 3 dias; p < 0,0001), sem ter sido registrada diferença em mortalidade.


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No seguimento de dois anos não houve diferenças no DC, havendo sido registradas taxas similares de sobrevida, perviedade primária, TLR e melhora na classe funcional.

 

Conclusão

Nos pacientes com lesões de novo na artéria femoral comum, as taxas de mortalidade e morbidade periprocedimento foram significativamente menores nos pacientes que receberam tratamento endovascular com stent, enquanto que a evolução clínica, morfológica e hemodinâmica foi comparável no seguimento de médio prazo.

 

Comentário

A femoral comum é uma das últimas limitações que a angioplastia apresenta. Isso se deve a sua mobilidade, que tem se relacionada com fraturas nos stents. No entanto, isso estaria, em princípio, resolvido com os novos stents periféricos.

 

O importante deste estudo randomizado é o fato de o mesmo ter apresentado resultados benéficos em 30 dias, com menos mortalidade e menos dias de internação, seguramente com uma importante redução de custos e com uma evolução similar em dos anos.

 

É necessário continuar essa linha de investigação com estudos maiores (na medida do possível randomizados) para comprovar se no futuro teremos que mudar a conduta ou não. 

 

 

Gentileza do Dr. Carlos Fava.  

 

Título original: Stenting or Surgery for de Novo Common Femoral Artery Stenosis.

Referência: Yann Gouefffi, et al J Am Coll Cardiol Intv 2017;10:1344-54.


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