Gentileza Dr. Carlos Fava.
A angioplastia (ATC) do tronco de coronária esquerda (TCE) não protegida tem crescido de forma significativa nos últimos anos.
Uma das grandes incógnitas ainda não resolvidas é se na lesão distal um stent é melhor que dois e como se dá a evolução.
Foram incluídos 937 pacientes que receberam ATC em TCE com lesão distal. Em 608 desses pacientes foi utilizado somente um stent e em 329, dois. A utilização de DES de primeira geração ocorreu em 689 pacientes e o DES de segunda geração foi utilizado em 238 pacientes.
Os pacientes que receberam um stent foram os mais idosos, diabéticos, com antecedente de angioplastias prévias e a ATC foi mais frequentemente guiada por ultrassom intravascular (IVUS).
Ao contrário, os que receberam 2 stents apresentaram mais frequentemente lesões de 3 vasos, oclusão crônica não tratada da coronária direita, bifurcações verdadeiras, SYNTAX Score mais alto, maior comprimento do stent e necessidade de IABP.
A ocorrência de infarto periprocedimento foi mais frequente no grupo de 2 stents (6% vs. 11,9%; p = 0,01).
O seguimento se realizou em uma média de 1.592 dias (1.127-2.065 dias) e o controle angiográfico em 85,5%. O MACE fui maior no grupo de dois stents devido a maior TLR no ramo secundário (óstio de circunflexa) sem haver diferença no ramo principal. Não houve diferenças em mortalidade, mas a mortalidade cardíaca tendeu a ser menos frequente no grupo de 2 stents. A taxa de trombose do stent e infarto foi similar.
Para equiparar as diferenças entre os grupos, utilizou-se o Propensity Score, ficando 139 pares de pacientes. A taxa de infarto periprocedimento foi maior no grupo de 2 stents (5,5% vs. 14,6%), mas depois, no seguimento, não se observaram diferenças em eventos como MACE, morte cardíaca, morte por qualquer causa ou revascularização do ramo principal.
A revascularização do ramo secundário foi maior no gruo de dois stents (HR 1,59, IC 95%, 1,00-2,52; p = 0,05).
Foi feita uma subanálise dos pacientes que receberam DES de segunda geração (238 pacientes) e não se observou maior presença de IAM periprocedimento no grupo de dois stents.
Conclusão
A diferença entre um stent e dois stents na angioplastia do tronco de coronária esquerda distal deve ser resumida a uma maior incidência de revascularização por reestenose do óstio da artéria circunflexa no grupo que recebe 2 stents.
Comentário editorial
A angioplastia do tronco da coronária esquerda não protegida demonstrou ser factível e segura. A utilização de um ou dois stents fica ainda muitas vezes a critério do operador, mas como conceito deve ser planificada como todas as bifurcações, onde o stent provisional gera bons resultados.
Deve-se considerar o fato de que em muitas ocasiões trata-se de uma bifurcação verdadeira na qual o diâmetro do ramo secundário é 2,5 mm, o que leva a maior tendência de implantar um segundo stent.
A utilização de balões não complacentes, a técnica de POT e o controle de imagens com certeza melhoram os resultados.
Gentileza do Dr. Carlos Fava. Fundação Favaloro, Buenos Aires, Argentina.
Título original: Comparison Between 1- and 2- Stent Strategies in Unprotected Distal Left main Disease.The Milan and New – Tokyo Registry
Referência: Kensuke Takagi. Circ cardiovas Interv 2016;9:e003359.
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